As distribuidoras de combustíveis convocaram para amanhã uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para discutir a redução de R$ 0,46 nos preços do óleo nas bombas. Leonardo Gadotti, presidente da Plural, entidade que reúne a BR (da Petrobrás), Raízen (joint venture entre Cosan e Shell) e Ipiranga (do Grupo Ultra), disse que não há como o desconto ser integral e teme que os critérios de fiscalização anunciados pelo governo podem “provocar uma guerra” nos postos.

Nos cálculos da Plural, a redução direta nas bombas seria de R$ 0,41, uma vez que o governo não colocou na conta os 10% de mistura de biodiesel que são misturados ao diesel. De acordo com o jornal o Estadão, o argumento da entidade é que o biodiesel não teve os impostos reduzidos.

Outra preocupação das distribuidoras é sobre como a fiscalização para o cumprimento da redução de preços nas bombas vai ser conduzida. “Isto pode criar uma guerra em postos de estradas, provocar um caos, sobretudo em regiões que concentram produção agrícola.”

Fiscalização

O representante do Ministério da Justiça, Claudemir Brito Pereira, anunciou hoje que a portaria sobre a fiscalização nos postos sairá no Diário Oficial da União de hoje e que os órgãos do governo estarão prontos para fazer a vistoria em todo o País. O preço base a ser usado, para comparação, é do dia 21 de maio.

Segundo Gadotti, as distribuidoras fizeram uma força-tarefa para apoiar o governo durante a , que afetou o abastecimento em todo o País. A expectativa da entidade era de que 100% carregamentos de combustíveis das distribuidoras até os postos estivessem regularizados até a noite de ontem.

Outro tema que será colocado em pauta é a reversão da decisão emergencial da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que flexibilizou a mistura de etanol na gasolina (de 27% para 18%) e a do biodiesel no diesel (de 10% para zero) com o objetivo de evitar o desabastecimento. A agência também suspendeu a exigência de que postos de determinadas bandeiras comprem combustíveis de suas respectivas distribuidoras.

“Foi uma decisão de caráter emergencial, mas que precisa ser revista. O setor de distribuição é um dos poucos que são organizados e há tempos trabalha para combater a adulteração dos combustíveis e a sonegação de impostos.”

Estadão