Com uma inflação de -0,01% em agosto, Campo Grande teve a menor inflação para o mês em 13 anos. Os dados são do IPC-CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), que aponta uma taxa de inflação bem menor do que a registrada em julho, que foi de 0,33%.

Segundo informações do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, os grupos que mais contribuíram para a deflação foram o setor de Transportes (-1,89%) e Despesas Pessoais (-0,7%). Enquanto isso, outros setores tiveram aumento, como Educação (1,31%), Vestuário (0,87%), Alimentação (0,59%) e Habitação (0,16%).

O coordenador do Núcleo de Estudos, Celso Correia de Souza, explica que a inflação foi menor do que o esperado, mas já era esperado que o índice fosse baixo. Segundo Souza, a condição de baixa inflação deve se manter. “A inflação baixa deve permanecer nos próximos meses, a não ser que alguns fatores adversos com a economia influenciem para cima o ritmo inflacionário, principalmente, o grupo de Alimentação, que pode sofrer impacto do valor muito alto do dólar”, esclarece.

Caso aconteça, o impacto seria nos produtos importados, como o trigo, máquinas, eletroeletrônicos e também a gasolina. De acordo com o pesquisador, a alta da moeda estrangeira também pode favorecer às exportações brasileiras, principalmente, as de grãos e de carnes, diminuindo a oferta desses produtos no mercado interno, consequentemente, aumentando os seus preços.

Outros fatores que podem contribuir para a redução da inflação é o alto nível de desemprego, os altos juros da economia e o endividamento da população. Considerando os sete primeiros meses do ano em Campo Grande, a inflação é de 2,43%. Nesse período destacam-se os grupos Habitação (4,98%). Despesas Pessoais (3,15%), e Vestuário (2,50%). O grupo Transportes (-3,80%) teve uma deflação.

O Nepes ainda divulgou o ranking com os ‘heróis’ e ‘vilões’ da inflação em agosto. Confira:

Itens que ficaram mais caros:

  • Sabão em pó, com inflação de 5,83% e contribuição de 0,12%;
  • Papelaria, com inflação de 1,94% e contribuição de 0,12%;
  • Blusa, com inflação de 6,64% e participação de 0,05%;
  • Esponja de aço, com variação de 8,58% e colaboração de 0,04%;
  • Contrafilé, com acréscimo de 6,77% e contribuição de 0,04%;
  • Arroz, com variação de 2,95% e colaboração de 0,03%;
  • Lingerie, com acréscimo de 7,92% e contribuição de 0,03%;
  • Calça comprida masculina, com reajuste de 2,95% e participação de 0,03%;
  • Laranja pera, com elevação de 9,91% e colaboração de 0,02%.
  • Leite pasteurizado, com acréscimo de 1,37% e contribuição de 0,02%;

O que ficou mais barato:

  • Etanol, com deflação de -6,04% e contribuição de -0,14%;
  • Gasolina, com redução de -3,53% e colaboração de -0,14%;
  • Gás em botijão, com decréscimo de -2,49% e contribuição de -0,13%;
  • Tênis, com baixa de -6,46% e colaboração de -0,05%;
  • Pilha, com queda de -8,40% e participação de -0,04%;
  • Fósforos, com redução de -7,00% e contribuição de -0,04%;
  • Papel higiênico, com decréscimo de -6,40% e colaboração de -0,03%;
  • Feijão, com queda de -5,55% e participação de -0,02%;
  • Calça comprida feminina, com diminuição de -2,23% e participação de -0,02%;
  • Batata, com baixa de -5,97% e contribuição de -0,02%.

(com informações da Uniderp)