Sistema pode reduzir sua conta de energia à taxa mínima

Energia limpa, sustentável, renovável são ótimos motivos para investir na mini ou microgeração fotovoltaica, mas receber a conta de energia somente com a taxa mínima é o maior estímulo para implantar o sistema. Você pode gerar a própria energia e até receber crédito com o excedente produzido. Aqui você vai saber mais e ter informações que ajudarão a tomar a decisão.

O que é e como funciona?

​Diferentemente das placas solares de aquecimento que transferem o calor para a água armazenada, energia elétrica é gerada por elétrons presentes nas células fotovoltaicas. Estas células captam fótons da radiação do sol, que são transportados pelo equipamento até serem absorvidos por um campo elétrico.

Enquanto há sol, todos os equipamentos conectados à tomada da rede elétrica da residência irão consumir a energia gerada, o que reduz o uso da energia distribuída pela concessionária. A energia gerada em excedente é direcionado para a rede de alta tensão e é transformado em crédito para o consumidor.

Quanto custa?

O custo do projeto de energia fotovoltaica para uma residência é definido pelo consumo médio registrado na conta de luz, que, segundo o engenheiro eletricista Rhuan Dyego Bortoni Grubert, vai determinar quantas placas serão necessárias. 

Ele destaca que para uma casa com consumo médio de 200 kW são necessárias 4 placas para atingir a autossuficiência, além de outros equipamentos. O custo médio para um projeto deste porte é de R$ 10.000,00. 

Não é necessário, porém, implantar todo o projeto de uma só vez. É possível realizar um sistema modular, onde placas podem ser adicionadas posteriormente conforme a necessidade ou o orçamento.

No entanto há sinais de que os valores de investimento podem estar diminuindo para quase a metade do preço. Veja a seguir.

Como saber quanto preciso investir?

Simulador do Senai Empresas aponta viabilidade técnica e valores de investimento. (Foto - Senai-MS)

Uma das maneiras de descobrir a viabilidade técnica e financeira de um projeto seria através do simulador do Senai Empresas, que aponta as informações necessárias para a tomada de decisão. Basta levar uma conta de energia atual e o estudo de viabilidade vai indicar quantas placas são necessárias, qual o valor do investimento e em quantos anos o ponto de equilíbrio será atingido.

O valor apontado para o projeto do designer gráfico Cassio Shimizu, de 36 anos, que tem consumo médio de 200 kW ficou na ordem dos R$ 6.500,00 – bem menor que o apontado pelo engenheiro eletricista. O ponto de equilíbrio será atingido em pouco mais de 6 anos. “Este é o preço inicial, ainda cabe negociação”, avisa Gustavo Viotto, consultor do Senai Empresas, alertando que o valor do investimento pode diminuir.

Quais os requisitos para a instalação?

As placas fotovoltaicas são normalmente instaladas sobre os telhados das residências. Neste caso, conforme explica o engenheiro eletricista Rhuan Dyego Bortoni Grubert, uma das águas do telhado deve ter inclinação de 20º a 30º e estar voltado para o norte. Além disso, não pode haver nenhum empecilho para o recebimento da luz solar, como árvores ou prédios.

“Não adianta ter todos os requisitos se a casa estiver no meio de dois prédios e a luz do sol não chega”, adverte Gustavo Vioto, consultor do Senai Empresas. Ele ressalta que os consultores também fazem visitas e verificam as condições do imóvel. Cada placa tem 2 m², então é necessário ter espaço suficiente para a quantidade necessária de placas a serem instaladas.

Para realizar a simulação basta levar uma conta de energia elétrica recente ao Senai Empresas no prédio da Casa da Indústria. Mais informações pelo telefone 3389-9000.

Em quanto tempo tudo fica pronto?

Com o estudo de viabilidade em mãos, é hora de escolher a empresa e montar um projeto. Segundo Rhuan, é necessário um responsável técnico pela elaboração do projeto e execução da obra.

“Após o projeto ser aprovado a Energisa vai dar o aval para a instalação e depois faz a vistoria. Se estiver tudo certo, o medidor unidirecional é trocado para um bidirecional”, o que possibilita que a energia excedente seja enviada para a rede, explica Rhuan.

Rhuan explica que um projeto é feito em até 5 dias e é enviado para a aprovação da Energisa, que pode levar de 30 a 60 dias. A instalação dos equipamentos é feita em um dia de serviço e então é necessário aguardar a concessionária realizar a vistoria, o que pode acontecer em aproximadamente 5 dias.

E a energia excedente?

Conta de energia cobra somente a taxa mínima em sistemas autossuficientes. (Reprodução)

A energia que for produzida e não consumida vai para a rede da distribuidora e é contabilizada como crédito. Como as residências acabam consumindo energia em momentos em que não há sol (como à noite e em dias nublados), o crédito é utilizado para abater a conta de luz. “A conta de energia nunca será zerada. Mas é possível pagar somente a taxa mínima”, diz Rhuan.

Posso dividir a energia com outra residência?

A energia produzida em um imóvel também pode ser distribuída para mais de uma unidade consumidora. A informação é passada à concessionária, que transfere os créditos para as unidades consumidoras correspondentes.

Da mesma forma, os equipamentos podem ser instalados em qualquer região (dentro da cidade ou estado) que seja atendida pela mesma concessionária, para receber os créditos. “A unidade consumidora não estará consumindo a própria energia que produz. A energia é mandada para a rede elétrica e os créditos são contabilizados para aquela unidade consumidora”, esclarece Rhuan.

Incentivos

Por que você deveria saber sobre geração de energia fotovoltaica?

No que diz respeito a investimentos, alguns bancos já dispõe de linhas que aceitam projetos de produção de energia sustentável. Neste caso, comércio, indústria e o setor rural têm mais benefícios, como o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste).