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Economia

MS 40 anos: herança cultural mantém pesca na Capital Nacional do Peixe

Atividade também atrai turistas de todos os lugares
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Atividade também atrai turistas de todos os lugares

É no norte de Mato Grosso do Sul, nas margens da bacia do Alto-Paraguai, onde passam os rios , Jauru, Piquiri e Taquari, que em 1898 que foi fundado o município de Coxim. Rica em belezas naturais e abundante na pesca, a cidade se tornou um centro turístico e econômico de Mato Grosso do Sul e também ficou conhecida como a Capital Nacional do Peixe. Com 119 anos, a atividade que formou famílias de pescadores na região, ainda atrai muitos turistas.  

Com cerca de 70% do pantanal, considerando as regiões do Paiaguás, Nhecolândia e – Coxim detém um dos maiores rebanhos de bovinos de Mato Grosso do Sul, no entanto, é a fama da fartura de peixes que faz com que pessoas se desloquem de todos os cantos do país – e de fora dele – em busca de uma boa pescaria. 

Atividade pesqueira que para muitos é diversão, ainda é o ganha pão de muita gente. Na cidade, que segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), abriga 33.323 habitantes, há muitos que sobreviveram e ainda sobrevivem da pesca.

Conforme a Colônia de Pescadores, atualmente a atividade no município inclui cerca de 500 profissionais. Em um tipo de vilarejo no município está a Aldeia dos Pescadores.

Aldeia dos Pescadores é residida por antigos profissionais da pesca - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

O local fica às margens do rio Coxim e serve como passagem para pescadores ativos. Lá moram famílias que tiraram o sustento das águas e atualmente pescam apenas por diversão ou para consumo.

Aristeu Pereira Leite, de 82 anos, manteve a atividade por mais de 50 anos e criou os filhos com o dinheiro que ganhava com os peixes que pescava. 

Aristeu trabalhou como pescador profissional por 53 anos - Foto - Cleber Gellio - Midiamax

“Comecei a pescar quando ainda era criança. Sou pescador profissional desde os 19 anos e só parei quando me aposentei há 10 anos. Eu sustentei minha família com a pesca”, relata.

A profissão foi repassada ao filho, Paulo Roberto Pereira da Silva, de 43 anos. Diferente do pai, ele afirma que tirar o sustento das águas dos rios já não é a mesma coisa que anos atrás. 

Pescador que herdou profissão do pai diz que peixes estão 'sumindo' - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

“Sou pescador profissional desde 1.991. Está muito ruim por conta do assoreamento do rio. Nossas baías estão fechando. Antes voltava para casa com 250 peixes todos os dias, agora não encontramos tantos peixes que sejam bons para o comércio. Para este tipo de pesca, preciso ir mais longe, percorrer ao menos 50 quilômetros de rio a dentro”, afirma.

Mesmo com menos peixes, Rio Coxim atrai amantes de pesca - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

Onde estão os peixes da Capital da Pesca?   

Na cidade onde a média salarial, de acordo com o IBGE, é de 2 salários mínimos, ou seja, em torno de R$  1.874,00 a pesca que antes era a principal atividade econômica, atualmente rende aos trabalhadores metade da remuneração média da região. O problema, conforme relatos, é que os peixes estão sumindo dos rios.

Pescadores afirmam que peixes estão sumindo - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

Para os pescadores, a diminuição dos peixes nos Rios Coxim e Taquari se deve ao assoreamento do rio que os locais garantem que se agravou com a chegada de fazendeiros e o desmatamento às margens dos rios. 

Embora a explicação não seja descartada, existe outra razão forte para a redução dos peixes, como explica o comandante da PMA (Polícia Militar Ambiental) de Coxim, Anderson Ortiz. 

Assoreamento é uma das razões par a diminuição de peixes em Coxim - Foto - Cleber Gellio / Midiamax
“Quando foram transformando as áreas e pastagens não somaram a medida exata para não prejudicar o rio. Foram formando pequenos mananciais que jogam as areias para o rio, mas este não é o único motivo. Existe a pesca predatória. São várias apreensões diariamente e não apenas de turistas, mas de pescadores profissionais que usam a atividade irregularmente. Isso tudo vai dizimando os cardumes”, explica.

Pesca predatória também tem feito peixes desaparecerem - Pescadores afirmam que peixes estão sumindo - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

Pescadores amadores–

Pescadores amadores não podem usar os seguintes petrechos de pesca: Cercado, pari ou qualquer aparelho fixo; do tipo elétrico, sonoro ou luminoso; fisga, gancho ou garatéia, pelo processo de lambada; arpão, flecha, covo, espinhel ou tarrafão; substância tóxica ou explosiva; boias, anzol de galho e qualquer aparelho de malha, como redes e tarrafas.

A cota máxima é de 10 kg mais um exemplar de qualquer peso, desde que não seja do tamanho inferior permitido e cinco exemplares de piranha. 

Petrechos proibidos são apreendidos pela PMA - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

Pescadores Profissionais – 

Já para os pescadores profissionais, podem pescar até 400 kg de peixes. Decreto Federal 6514/2008 prevê multas de R$ 700 a R$ 100 mil reais e mais R$ 20 reais por quilo do pescado irregular.

Já em relação aos petrechos, para os pescadores profissionais, as proibições são: Cercado, pari ou qualquer aparelho fixo; do tipo elétrico, sonoro ou luminoso; Fisga, gancho ou garateia, pelo processo de lambada; arpão, flecha, covo, espinhel ou tarrafão; substância tóxica ou explosiva; qualquer aparelho de malha, como redes e tarrafas.

Motores de barco também são apreendidos em pescas irregulares - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

Permite-se ao pescador profissional, o uso de tarrafa para captura de isca (altura máxima de 1,8 m, malha entre 20 e 50 milímetros e linha de nylon com espessura máxima de 0,50 milímetros; oito anzóis de galho devidamente identificados e cinco boias fixas (cavalinho), devidamente identificados. 

Pescas amadora e a pesca profissional não são permitidas a menos de 200 metros a montante de corredeiras, cachoeiras e escadas de peixe e é necessário que os pescadores tenham licença para pesca.

Pescadores seguem pelo rio à procura de peixes - Foto - Cleber Gellio / Midiamax

 

 

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