Variação de preços entre lojas reduziu 71%

Em mais um efeito da crise econômica, a volta às aulas em 2017 parece não ter agitado livrarias em Campo Grande. Com medo de perder venda para a concorrência, as lojas têm baixado os preços, mas já registraram queda de 30% na movimentação. Do outro lado, pais tentam achar saída para gastar menos e procuram materiais até fora da cidade.

As mudanças no comportamento dos clientes provocada pela crise econômica resultou na redução de pelo menos 30% do movimento quando se trata da comparação com o ano anterior, revelou o diretor ds livraria Moderna, Douglas Batista. Além da queda, ele aponta a mudança na preferência dos consumidores. “Antes escolhiam pela qualidade, agora é pelo preço, inclusive escolas de alto padrão, que priorizavam marcas estão optando pelo menor custo”.

Desta vez, a corrida pela compra da lista escolar também foi mais amena do que em anos anteriores, mas ainda dentro da expectativa, disse o gerente da livraria Livromat em Campo Grande, Edgar Rocha. “Desde a semana passada aumentou a procura, mas não aumentou muito”, comentou.

Mãe de uma estudante de 6 anos de idade, a jornalista Mariana Castelar, conta que para economizar, vale até aproveitar o momento em que estava em uma viagem de férias para comprar o material da filha. Segundo ela, a compra que sairia em torno de R$ 300 saiu pela metade do custo. “Aproveitei que estava em São Paulo e comprei a maior parte do material lá. Tem algumas coisas que o preço chega a ser o dobro. Caderno que lá paguei R$4,99, aqui pagaria R$11”.
 
Mais barato

Pesquisa realizada pela Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon/MS) aponta uma variação de até 433% no preço do material escolar em Campo Grande. Segundo os dados, houve redução de 71% nas diferenças de preços entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016.  A pesquisa avaliou 127 itens de oito estabelecimentos da Capital e foi divulgada no dia 5 de janeiro de 2017.

O comparativo de preços dos produtos foi realizado somente quando encontrados em mais de dois estabelecimentos. Dos 127 itens pesquisados, 104 estão com preço acima da inflação, superior a 8%. O levantamento inclui um ranking de estabelecimentos com percentual de itens de menor preço. As maiores diferenças de preços encontradas foram em produtos como cadernos, apontadores e papéis.

Confira aqui os preços.

Sem abuso

O Conselho Estadual de Defesa do Consumidor (CEDC) publicou, em outubro de 2016, deliberação quanto às diretrizes para a adoção de material escolar pelos estabelecimentos de ensino da rede privada. De acordo com as orientações, as escolas podem solicitar aos pais somente materiais de uso exclusivo e restrito ao processo didático-pedagógico e que tenha por finalidade única o atendimento das necessidades individuais do aluno durante a aprendizagem.

A deliberação proíbe que conste na lista de material escolar itens de expediente de escritório específico da atividade administrativa escolar ou de uso genérico, tais como: giz, grampeador, clips, pasta suspensa, tinta para impressora etc. A escola deverá apresentar o plano de utilização do material de consumo, especificamente para cada série. As escolas também não podem exigir que os materiais escolares sejam comprados no próprio estabelecimento, o que é considerado prática abusiva.