Movimento de consumidores não diminuiu em açougues

Para muita gente, o churrasco é a comida tradicional no domingo. Reúne famílias e não dá tanto trabalho no dia de folga. Mas, depois da , deflagrada pela Polícia Federal, e que atingiu gigantes do setor como a JBS (Friboi e a Seara) e BRF (Sadia e Perdigão), será que os hábitos alimentares dos moradores de vão mudar? 

O Jornal Midiamax percorreu açougues e supermercados da Capital e, o que deu para notar, é que o churrasco não vai perder o posto neste domingo (18). Com a divulgação de informações que indicam que empresas vendiam produtos adulterados e até com papelão, a população ficou desconfiada da carne embalada à vácuo, que até então, muitos achavam a mais confiável, por se tratar de grandes empresas com suposto controle de qualidade rígido. Já quem tinha como hábito comprar a carne in natura, diz que continuar com a ‘carne fresca'. 

Em um supermercado da Capital, as carnes da marca Friboi fiaram encalhadas. Entre os consumidores, o clima foi de piada e revolta com a situação. Um repositor do estabelecimento informou que há dois freezeres com cortes para churrasco e que, de sábado para domingo, não precisou de reposição, ao contrário do que sempre ocorre aos fins de semana. O funcionário revelou ainda que agora, os clientes estão preocupados e perguntam se as outras marcas são das empresas envolvidas no escândalo. 

Nos açougues, os empresários dizem que a investigação da PF não alterou as vendas até o momento e que os consumidores também não mudaram a forma da consumir. O proprietário de um açougue, de 65 anos, disse ao Jornal Midiamax que espera as próximas semanas para verificar se terá alguma alteração. 

“Por enquanto, não houve mudança não procura do consumidor. Nas próximas semanas que poderemos sentir alguma coisa”, afirma o empresário.

Um advogado de 43 anos, que comprava carne no açougue disse que já tinha costume de compra a carne in natura. “Essa notícia não afeta as minhas compras, mas, com essas informações, a marca deve sofrer retrações nas vendas”, pondera.

Um engenheiro civil, de 45 anos, que estava no mesmo estabelecimento, afirmou que faz churrasco todo fim de semana e que não vai  mudar o hábito “mas que as pessoas que consumiam essas marcas podem mudar”. 

“Carne Fraca”

A Operação Carne Fraca é a maior operação de combate à corrupção da história da PF e envolveu 1,1 mil agentes. Ao todo, a Justiça Federal do Paraná expediu 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 conduções coercitivas e 194 mandados de busca e apreensão.

Ao menos um dos frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira (16), comprava carne podre e disfarçava o sabor com ácido ascórbico. As carnes irregulares eram vendidas no Brasil e no exterior. Há também casos de papelão em lotes de frango e carne de cabeça de porco em linguiças. As empresas investigadas pela Operação Carne Fraca, como a JBS e a BRF, também doaram R$ 393 à políticos de diferentes partidos em todo o País.

Ao todo, 22 empresas são investigadas na operação. As gigantes JBS e BRF, e outras menores: Big Frango Indústria e Com. de Alimentos Ltda; Dagranja Agroindustrial Ltda./Dagranja S/A Agroindustrial; E.H. Constantino; Frango a Gosto; Frigobeto Frigoríficos e Comércio de Alimentos Ltda; Frigomax- Frigorífico e Comércio de Carnes Ltda; Frigorífico 3D; Frigorífico Argus Ltda; Frigorífico Larissa Ltda; Frigorífico Oregon S.A; Frigorífico Rainha da Paz; Frigorífico Souza Ramos Ltda; Mastercarnes; Novilho Nobre Indústria e Comércio de Carnes Ltda; Peccin Agroindustrial Ltda./Italli Alimentos; Primor Beef – JJZ Alimentos S.A; Seara Alimentos Ltda; Unifrangos Agroindustrial S.A./Companhia Internacional de Logística; Breyer e Cia Ltda e Fábrica de Farinha de Carne Castro Ltda. EPP 

Colaborou: Eser Cáceres