Preço dos medicamentos sobe na Capital e inflação é de 0,73% em maio
Transporte também impactou indicador
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A inflação, medida pelo IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), voltou a subir em maio. De acordo com o Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas), o aumento nos preços na Capital foi de 0,73% no mês, e o principal impacto veio da Saúde, devido à elevação no preço dos medicamentos.
O indicador de maio ficou 0,23 p.p acima do verificado em abril, de 0,52%. “Há oito anos não havia uma inflação tão alta para o mês de maio. Desse modo, a inflação acumulada dos últimos 12 meses voltou a crescer”, explica o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza.
A elevação no preço dos medicamentos foi a maior contribuição para o indicador do mês. Em maio, a inflação no grupo foi de 3,95%. Hipotensor e hipocolesterínico foi o maior vilão, com inflação de 12,47%. Outros aumentos vieram de: antigripal e antitussígeno (12,74%), anti-infeccioso e antibiótico (12,63%), antidiabético (12,57%), psicotrópico e anorexígeno (12,54%), entre outros.
“Esse alto índice de aumento é resultado da autorização de reajuste nos preços dos medicamentos concedida pelo governo, sempre no mês de abril. A medida causa reflexos no mês de maio”, explicou Celso.
O grupo Transportes, com inflação média de 1,44% contribuiu para a inflação de 0,21%. “Os outros grupos, com exceção de Vestuário que teve inflação negativa de 0,05%, contribuíram moderadamente para a elevação da inflação da capital”, complementa o pesquisador.
Outros segmentos
O índice de preços do grupo Alimentação fechou em 0,25%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: milho para canjica (14,50%), mamão (8,17%), batata (8,16%), maçã (7,37%), cebola (7,21%), entre outros.
“A oscilação de preços de verduras, frutas e legumes é comum, pois são produtos que sofrem a influência de fatores climáticos e a sazonalidade de produção. Alguns alimentos aumentam de preços ao término das safras, outros diminuem de valor quando entram nas safras. Quando o clima é desfavorável há aumento nos preços e, quando é favorável, ocorre o feito inverso”, comenta Celso Correia de Souza.
O grupo Educação também apresentou elevação, de 0,18%, devido a aumentos de preços em artigos de papelaria, de 1,67%. O mesmo comportamento de alta ocorreu com o grupo Despesas Pessoais, que fechou em 0,68%. Em maio, o grupo Vestuário foi o único com deflação: -0,05%.
Acumulado
A inflação acumulada nos últimos doze meses aumentou para 9,43% na Capital, acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 6,5% e do centro da meta, de 4,5%. “O preocupante é que a inflação, que vinha com uma tendência de queda desde janeiro, voltou a crescer em maio, fato que pode atrapalhar os planos do governo que previa uma inflação acumulada para o ano de 2016 em torno de 7%”, afirma Celso.
Neste período, as maiores inflações acumuladas ocorreram com os grupos: Alimentação, com aumento de 16,98%, Educação, com alta de 12,02% e Despesas Pessoais, com 9,72%, valores acima do índice acumulado de 9,43%. “Percebe-se, assim, que a inflação tem impactado com maior força as classes de menor poder aquisitivo”, contextualiza Celso.
Nos cinco primeiros meses do ano, a inflação acumulada de Campo Grande foi de 4,40%. Os maiores índices, por grupo, foram: Educação, com 10,20% e Alimentação, com 6,29%.
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