Onda de calor e ausência de chuva preocupam produtores rurais de MS

Fatores afetam desenvolvimento do milho

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Fatores afetam desenvolvimento do milho

As condições climáticas das lavouras não andam nada favoráveis em 2016, ora pelo excesso de chuva, ora pela estiagem. Outono era para ser um mês mais ameno, mais a onda de calor que afeta Mato Grosso do Sul tem prejudicado quem depende do campo. Agricultores que plantaram há pouco o milho safrinha sofrem agora com a falta de chuvas e umidade no solo.

Dados das estações meteorológicas da Embrapa Agropecuária Oeste indicam que a média dos 11 dias deste mês de abril é de 28,2ºC na grande Dourados. “Estamos bem acima da média de temperatura para o mês de abril, que é de 23,1ºC para a região. Mas ainda faltam 19 dias para fechar o mês”, disse o pesquisador Carlos Ricardo Fietz.

Na última safra da soja, 2015/16, a estiagem em outubro atrasou o plantio do grão e a chuva no período de desenvolvimento e da colheita foi em excesso. Consequentemente, houve atraso no plantio do milho de outono-inverno. Associado ao calor faz 16 dias que não chove na região – de 26 de março a 11 de abril.

“Danificou demais a safra de soja por causa da chuva, ficamos com pouco maquinário bom para colheita, agora o tempo está atrasando o plantio do milho. Está faltando água, o milho está murchando, a folha do milho enrolando”, afirma a presidente do Sindicato Rural de Tacuru, Maria Neide Casagrande Munaretto. O município que decretou situação de emergência por causa da chuva, agora sofre com a estiagem.

De acordo com a Embrapa, no período de desenvolvimento do milho, da emergência à floração, o grão precisa de temperaturas entre 24 ºC e 30ºC. Temperaturas elevadas, como têm sido registradas no Estado, especialmente nas áreas produtoras do cereal, diminuem o ciclo da planta e prejudicam a produção dos grãos.

“Até choveu aqui em Naviraí, mas foi pontual, não foi geral. A maior parte da lavoura de milho não recebeu essa chuva. O maior problema agora é a alta temperatura, que prejudica bastante a lavoura. Se continuar desse jeito, esse calorão, vamos ter perda na lavoura, seja no enchimento dos grãos, seja na formação de espiga”, destaca presidente do Sindicato Rural de Naviraí, Yoshihiro Hacamada.

Onda de calor

No Estado, pelo menos, 23 municípios registram onda de calor: Água Clara, Amambai, Aquidauana, Bataguassu, Bela Vista, Campo Grande, Cassilândia, Costa Rica, Dourados, Itaquiraí, Ivinhema, Juti, Miranda, Nhumirim, Paranaíba, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, São Gabriel do oeste, Sete Quedas, Sidrolândia, Sonora e Três Lagoas.

Até o momento, Três Lagoas é o município com o registro de temperatura mais alta: 38,3ºC, no dia 10 de abril. No sábado, a Capital registrou temperatura de 34,8º C. 

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