Consumidor pode sentir aumento nos produtos nos próximos meses

As indústrias de Mato Grosso do Sul vão pagar 6,75% a mais na tarifa de depois do reajuste aprovado nesta terça-feira (05) pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). As novas tarifas que vão valer a partir de sexta-feira (08) vão trazer um impacto de R$ 24,7 milhões sobre o setor, conforme levantamento feito pelo Radar Industrial da Fiems com base nos dados da apresentados pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).

Para o presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, o reajuste na tarifa de energia elétrica é um golpe sobre o setor industrial. “Já estamos sofrendo com aumentos de tarifas e de impostos quase que constantes, seja por parte da União, do Estado ou dos municípios. Está ficando cada vez mais difícil produzir neste país”, reclamou.

Longen afirma que a elevação da tarifa de energia elétrica será repassada para o preço final dos produtos industrializados e, consequentemente, aos consumidores. “Fica até difícil avaliar a atual situação porque acabamos de sair da cobrança da tarifa vermelha e já no mesmo mês vem o reajuste tarifário anual sobre a conta de energia. Para mim, esse aumento é um disfarce porque o Governo Federal não tem capacidade para fazer uma gestão competente em todos os sentidos, ainda mais no setor elétrico, que ele desmantelou, como fez com a Petrobras e com outras estatais brasileiras”, disse.Fiems calcula em R$ 24,7 milhões impacto da alta da energia para indústria

Impacto

De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, para se chegar ao montante de R$ 24,7 milhões, o levantamento levou em consideração que o preço médio do mWh (Megawatt-hora) para o setor industrial do Estado em 2016 será de R$ 459,40 com o reajuste de 6,75%. “Com o consumo industrial cativo estimado para 2016 em 702.740 mWh, o valor será de R$ 322.838.756,00, ou seja, uma diferença de R$ 24.799.002,80 para mais na comparação com os R$ 298.039.753,20 apurados no ano passado”, detalhou.

Ezequiel Resende acrescenta que, considerando as informações apresentados pela Semade (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), por meio do Perfil Estatístico de MS 2015, o Estado conta com 8.768 consumidores cativos na classe industrial, que consumiram em 2014 o equivalente a 692.552 mWh.

No ano passado, o preço médio do mWh da classe industrial do Estado foi de R$ 430,35 e o consumo chegou a 692.552 mWh, totalizando como valor gasto pelos consumidores industriais cativos R$ 298.039.753,20.