Dólar fecha estável, a R$ 3,297, após anúncio do Fed

Variação positiva de 0,06%

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Variação positiva de 0,06%

 

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encererou o pregão com leve valorização de 0,12%, aos 56.852 pontos, puxada pelo setor de ferro e aço e com investidores mais otimistas com a queda de risco no país e os balanços corporativos, como o do Santander. O dólar comercial, após atingir a máxima de R$ 3,297, perdeu força após a divulgação pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e fechou próximo da estabilidade, com pequena variação positiva de 0,06%, a R$ 3,273.

O anúncio do Fed era esperado porque a alta da taxa no mercado americano tenderia a atrair capitais para o país e, assim, deveria elevar a cotação da moeda americana, que ontem encerrou o pregão com recuo de 0,66%, a R$ 3,271. Além do mais, a avaliação que a autoridade monetária faz da situação global influencia a visão dos investidores.

— O Fed não elevou a taxa, mas traçou um cenário benigno, com redução de riscos no curto prazo — diz Paulo Nogueira Gomes, economista-chefe da Azimut Brasil. – A sugestão de alta dos juro ficou para mais à frente. Minha expectativa é para a última reunião deste ano.

A bc americano afirmou que a economia expandiu em ritmo moderado e os ganhos no número de vagas de emprego foram fortes em junho. O Fed acrescendou ainda que o gasto das famílias também tem “crescido fortemente”, e apontou para um aumento da utilização do trabalho. A decisão do Fed fez o dólar perder força em escala global. Próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil, o “dollar index” tinha queda de 0,41%.

Com uma perspectiva melhor para a economia global, cai a percepção da redução de risco, medida pelos Credit Default Swaps (CDS), espécie de seguro contra calotes.

— Os CDSs chegaram a subir pela manhã, mas, modo geral, seguem em queda, indicando maior confiança na economia brasileira — afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimento.

Na Bovespa, o principal fator para a valorização do índice foi a href=”http://oglobo.globo.com/economia/negocios/goldman-eleva-perspectiva-de-precos-para-minerio-de-ferro-19795414″ title=””>alta do minério de ferro, que ganhou 1% hoje, puxando as ações relacionadas de mineração e siderugia. A Vale subiu 3,35%, a R$ 15,08, no papel preferencia (PN, sem direito a voto), e 2,71%, a R$ 18,80 na ON (ordinária). No rastro da mineradora, as siserúrgicas também tiveram desempenho positivo. As ações da CSN avançaram 1,25% e as da Gerdau tiveram ganho de 4,51%.

O maior ganho do pregão coube à siderúrgica Usiminas, que em enfrentado volatidade devido ao acordo de acionistas que permitirá a reestruturação de sua dívida. O papel disparou 8,88% e fechou a R$ 3,31.

Pachoal Paione, analista da Corretora Votorantim, apontou uma somatória de fatores para o raili da siderúrgica: muito dependente do mercado doméstico, especialmente dos setores automotivos – com 40% da produção voltada para o segmento – ,das linhas brancas e marrom e construção, todos muito prejudicados nos últimos anos. A sinalização positiva para a economia, em especial a expectativa de melhora para o setor automotivo, leva ventos de otimismo para a siderúrgica.

— Ela foi a que mais sofreu com a recessão e com fatores internos. Do mesmo jeito que perdeu demais, 70% de seu valor de mercado, a recuperação também vem com força.

Além disso, a empresa vem equacionando dificuldades internas, com uma injeção de R$ 1 bilhão feita por seus controladores.

— A reestruturação teve uma condição muito favorável. A empresa estava virtualmente quebrada e, agora, em novas condições financeiras, se beneficia da melhora dos índices de confiança no país.

 

 

 

 

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