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Economia

‘Do dia para noite’: preços dos hortifrútis na Capital vivem gangorra ao sabor do clima

Condições climáticas têm maior peso na hora de estabelecer valores
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Condições climáticas têm maior peso na hora de estabelecer valores

Persistência, esforço, muito esforço e paciência, muita paciência, eis as combinações exigidas por quem explora o mercado de hortifrugranjeiros. Patrões e empregados que atuam nesta área, além de enfrentar rotinas rigorosas, como a de levantar na hora que todos dormem o lucro e o salário deles não depende apenas da clientela. É o sol ou a chuva, frio ou calor, que determinam o volume de negócios dos vendedores de frutas, legumes, verduras e outros produtos achados em feiras ou supermercados tradicionais.

Aqui em o termômetro dos negociantes de hortifrútis fica na saída de Cuiabá, logo depois do conhecido cemitério do Cruzeiro, lado direito de quem vai até lá sentido centro-bairro.

Ceasa-MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) é o nome do abrigo deste comércio que funciona desde 1979, há 47 anos.

Nesta semana, a reportagem do Jornal Midiamax foi até a central,  conversou com os comerciantes de frutas e legumes e notou que o preço de um mesmo produto pode variar até 45% ou mais do “dia para a noite”, como dizem.

Márcio Leiva negocia melancia, melão e legumes. Na quinta-feira, a melancia que ele vendia, de 12 quilos, era vendida a R$ 10. “Isso por que a melancia que estamos vendendo veio de , é mais barata”, disse ele.

Note um dos motivos que jogam para cima ou empurram para baixo o preço da melancia, por exemplo. “No começo do ano, o preço está em alta, agora, período de safra, está baixa [mais barato”, afirmou Leiva.

Ele disse que a melancia vinda de São Paulo custa para ele noventa centavos de real. Já a fruta trazida do Rio Grande, R$ 1,40. Ou seja, ora a unidade da melancia custa R$ 10,00, ora, quase R$ 15.

“Não dá para sabermos o valor real de nosso salário. Varia de um mês para o outro”, disse Leiva, que negocia seus produtos numa dos quatro pavilhões erguidos na Ceasa, o do Cooperativa Campo Grande. Ele vende melão também. Um atrás, uma unidade da fruta custava R$ 5,38; nesta semana, R$ 2,69.

Na banca ao lado de Leiva o vendedor chama-se Erivaldo Ferreira Pontes, que há 15 anos negocia frutas e legumes. Ele mora em Jaraguari, cerca de 50 km da sede da Ceasa. Às 3h da manhã ele já cumpre expediente.

Por estes dias, diz, o quilo da maça [8 unidades pequenas, em média] custa R$ 3,00. Mas o preço pode variar para cima ou para baixo, depende da condição climática. “Final do ano e em junho cai a produção. Ou pela chuva, ou pelo frio. Com isso, o produto Francisco Pacca, diretor-técnico da Ceasa-MS, concorda com os negociantes de hortifrútis: “o clima é fator preponderante e que estabelece os preços dos produtos. Chuva, frio, ou falta de chuva influenciam no custo. Vira a lei da oferta e procura,.

fica mais caro. Temos de lidar com isso. Mas o importante mesmo é não perder o freguês”, disse Pontes.

Cultivo da verdade exige atenção e esforço físico (Midiamax/Luiz Alberto)

 

AGRIÃO

Carlos Barbosa de Oliveira tem 62 anos de idade e quase 50 dedicados ao plantio e venda de agrião, aquele vegetal das saladas, riquíssimo em vitaminas A, C, K e usado até como medicamento.

O Carlinhos do Agrião, como é conhecido desde modo, mora no mesmo lugar que o pai, mãe, avô e avó moraram, num pedaço da então fazenda Ceroula, região do conhecido Inferninho, em Campo Grande.

Ele disse nunca ter recorrido a empréstimos ou a algum programa de incentivo à por temer “não ter como pagar a conta depois”.

No braço, ele e Luiz, seu funcionário, toca o negócio. Há uns cinquenta metros de sua casa passa um córrego e ali ele cultiva a planta. “Desde 1994, quando a moeda virou real vendo o maço do agrião por R$ 2. O preço é o mesmo, mas os insumos como adubo, por exemplo, mais que dobraram de preço”, disse Carlinhos, que todos os dias sai da chácara rumo a região do conjunto Coophasul, onde descarrega sua mercadoria. Antes, na madrugada, ele colhe os maços de agrião.

Luiz preparando o agrião, logo nas primeiras horas da manhã (Midiamax/Luiz Alberto)

O aumento no preço dos insumos fez que a produção de Carlinhos caísse substancialmente. “Em 1994 colhia uma média de 600 maços por dia; hoje, não passa de 70”, queixou-se Carlinhos, Do mercado das finanças, não da vida.

Ele mora com a mulher, uma artista que pinta quadros e tem três filhos, entre os quais uma professora já com planos de ir para exterior completar um curso de de doutorado, “Sempre mexendo com agrião”, disse Carlinhos, referindo-se como sustentou a família.

 

 

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