Negociar e diminuir os preços tem sido a saída

Nem a Expogrande, que acontece na Capital entre os dias 7 e 17 de abril, escapou da crise econômica. Comerciantes que estão com estande na 78ª edição da maior feira agropecuária do Estado, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, reclamaram de queda nas vendas e menor visitação neste ano.

Pra quem resolveu apostar em um estande na feira que é tradição na cidade, o investimento foi alto, cerca de R$ 30 mil, segundo um comerciante. Mas, as vendas não estão agradando aos lojistas. O número de comerciantes que locaram um estande está menor, e há espaços vazios entre os estandes.

De acordo com a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), entidade organizadora da exposição, ainda não foi levantada a quantidade de visitantes, mas os comerciantes afirmaram à equipe de reportagem do Jornal Midiamax que houve uma diminuição no público, uma vez que o movimento e a procura pelos produtos nos estandes foi menor.

Mariléia Vargas está há 10 anos no ramo alimentício. Ela roda o país em feiras e exposições vendendo crepes e churros. A família, que vive do trabalho nas feiras agropecuárias, e mora no Paraná, reclama da ‘paradeira’. “Esse ano começou difícil. Já percebemos uma queda de cerca de 80% nas vendas. E como as exposições começaram agora, o jeito que está aqui é como vai ser nas outras no resto do ano”, disse ela.

A venda de moveis artesanais e produtos feitos de madeira, segundo o empresário campo-grandense conhecido como ‘Mandu’ diminuiu cerca de 50% neste ano. Mas, ele tem um ‘jeitinho’ para garantir os negócios. “Minha estratégia é negociar, conversar com o cliente, abaixar o preço. A gente percebe que este ano está mais difícil, o povo quer, mas não pode levar”, ressalva.

Na outra ponta, os ambulantes estão trabalhando com dificuldade para manter as vendas do ano passado. Para a vendedora Roseli Borges, as vendas vêm diminuindo há desde o ano passado. Luiz Alberto “A gente que trabalha com venda de pastel, pizza, lanches e bebidas sente bastante a queda. E olha que não mudamos os preços dos produtos, já para conseguir vender, mas está difícil”.

A vendedora Alexandra da Silva disse que as vendas estão fracas, e já vê uma diminuição de 50%. “Tem dias que a gente esperava que fosse melhor, mas ainda sim está complicado conseguir vender neste ano.

A crise e a necessidade de ‘sair do sufoco’ fez a atendente de farmácia Jesuína de Santa Ana vender cerveja na Expogrande. “A gente veio para garantir um extra mesmo, porque não está nada fácil se manter neste ano. Espero vender muito mais até o fim da exposição, porque os primeiros dias não foram bom”, disse ela.