A caminho do terceiro ano, shopping tem mais de um terço das lojas fechadas

No Bosque dos Ipês, ao menos 60 espaços estão vazios

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No Bosque dos Ipês, ao menos 60 espaços estão vazios

 Implantado em 2013 com a promessa de transformar a região onde se instalou, o shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, tem hoje  60 lojas fechadas.  Apesar da direção do empreendimento registrar crescimento de visitas no local no começo de 2016, o cenário quando andamos pelos corredores do local é de pouco movimento e lojas vazias, a poucos meses de completar três anos.

Considerando que quando abriu, o estabelecimento informou que seriam 167 lojas, 60 espaços fechados representa mais de um terço.

Ainda na fase de construção, no ano de 2013, o Shopping gerou 2,5 mil empregos. As lojas âncoras foram responsáveis por grandes contratações, e privilegiaram os moradores dos bairros próximos, em especial os jovens. Não existe um dado preciso sobre empregos perdidos, mas na vizinhança, o impacto é comentário entre os moradores.

De acordo com quem mora nas proximidades do bairro Nova Lima, hoje, quase três anos após a abertura do Bosque, a coisa não mudou muito em relação à demanda de trabalho. “Não mudou nada. Muita gente por aqui está desempregada, como meu filho. O shopping tá cheio de loja fechando, meu filho foi lá procurar emprego e nada. Eu mesmo estou sem trabalho, agora comecei a vender espetinho por isso”, diz o comerciante Antônio Ferreira Bueno Sobrinho, 67.

O fechamento de lojas no local chamou atenção no final de 2015, com a saída do supermercado Walmart. O governo estadual aproveitou o espaço para abrir uma Central de Atendimento ao Cidadão, o que pode alavancar a frequência no shopping.

O vendedor ambulante Edson Josué, 54 anos, aponta que não viu melhoria na região. “Mesma coisa que era antes, a melhoria era o asfalto, que não veio. Não teve grande oferta de trabalho não” comentou.

Apesar da crise

Mesmo com esse cenário, o superintendente do Bosque dos Ipês, Rafael Arnaldi, o empreendimento tem planos de expansão para 2016 e pretende maiores investimento para atrair o público e diminuir a vacância de lojas. “A crise é geral, porém, o mercado de shopping é o que menos sofreu, ele ganha cada vez mais o dia a dia das pessoas. Sentimos a insegurança dos empresários, uma ou outra coisa não aconteceu de acordo com o que planejamos, mas tivemos uma resposta positiva em 2015.Um resultado mais consistente em relação ao empreendimento a gente vai conseguir daqui uns dois anos, estamos numa fase de quilificação”, afirma.

As negociações continuam para trazer um novo nome para o espaço do WalMart e, segundo Rafael, existe a pretensão de reabrir as lojas que fecharam. “Nos três primeiros meses de 2016 o fluxo de pessoas foi de 6,8% e os lojistas cresceram em vendas. Isso mostra que esforço está valendo a pena”.

Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical em Mato Grosso do Sul  e também do sindicato dos comerciários, mantém o olhar otimista. “Estamos passando por uma crise econômica no país, acredito que a situação a qual se encontra o Bosque, se dá por esse motivo. As lojas fecharam, mas isso não vai permanecer assim. Acredito que na hora que passar essa má fase, vai normalizar a situação do shopping, é lamentável, mas vamos aguardar, sou positivo” afirmou.

Relembrando

Foram investidos no Shopping Bosque do Ipês R$ 250 milhões. A área total do centro comercial é de 54 mil metros quadrados, 38 mil metros quadrados são de área locável.

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