Pular para o conteúdo
Economia

Escassez de chuvas já mostra prejuízos no agronegócio brasileiro

Também a pecuária vem sentindo impactos da crise hídrica
Arquivo -

Também a pecuária vem sentindo impactos da

A falta de chuvas começa a revelar prejuízos no setor do brasileiro. Segundo disse à Agência o presidente da Associação de Pequenos Produtores Rurais de Monteiro Lobato e Região, José Augusto Rosa Santos, são muitos os efeitos da escassez de chuvas sobre a produção local de hortaliças. Também a pecuária vem sentindo impactos da crise hídrica, mencionou. “Em todo o estado de , a situação está complicada”, disse Santos.

O diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Helio Sirimarco, analisou que em algumas áreas agrícolas brasileiras “já tem indicação de perdas, de quebra de safra e de produtividade”. Explicou à Agência Brasil que a situação é mais séria em Goiás, onde a estimativa  da Federação de Agricultura e Pecuária é que pelo menos 15% da produção total do estado, o que equivale a 1,4 milhão de toneladas de soja,  estaria perdido devido à seca. Caso esta perda se confirme, Sirimarco disse que o prejuízo financeiro poderá atingir R$ 1,2 bilhão.

No  estado de Mato Grosso, há indícios de problemas localizados, decorrentes mais de queda de produtividade. “No restante do país, por enquanto, nada mais sério”, disse Sirimarco. No Sudeste, as culturas mais afetadas até o momento são café e cana. Assegurou, porém, que soja e milho são os plantios que mais preocupam. Explicou que  já foram colhidos entre 5% e 6% da safra de soja em Goiás, mas que ainda está cedo para ter uma visão mais clara do que vai ocorrer em nível nacional.  O diretor da SNA Sirimarco acredita que as chuvas anunciadas pelo serviço de meteorologia devem aliviar a parte de café e cana no Sudeste e a de grãos, no Centro-Oeste.

Acentuou que os produtores têm duas alternativas para enfrentar a situação. Uma é rezar para que caia água. A segunda é adotar o modelo de seguro praticado nos Estados Unidos para proteger a produção. “Nós precisamos ter uma legislação que assegure mecanismos de seguro agrícola eficazes. O modelo norte-americano funciona muito bem”. Disse que ele poderia ser adotado no Brasil, com adaptações. A forma atual em vigor no país não protege na extensão que deveria. Informou que em Goiás, no ano passado, apenas 14% da área plantada, ou o equivalente a 825 mil hectares, foram segurados. Estimou que nos demais estados, não ocorreu coisa muito diferente.

O coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (GV Agro), ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, analisou que há dois tipos de problema que estão sendo observados. O primeiro é a falta de chuva nas culturas de verão. “Algumas regiões do país foram duramente afetadas, o Sudeste particularmente, nas áreas de milho e soja”. Isso ocorre no sul de Minas e no Triângulo Mineiro, em São Paulo, no oeste da Bahia, apontou. “Tem perdas já significativas em algumas áreas. No oeste da Bahia é muito grave, porque é o quarto ano de seca”, disse à Agência Brasil.

Outro problema que ainda não está contabilizado se refere a culturas  que dependem de irrigação, a algumas áreas que só produzem feijão irrigado em períodos de seca, em que ainda não há clareza sobre o tamanho dos prejuízos, sem falar no preço da água e na própria falta de água. Isso pode representar uma perda significativa de volume de produção, com aumento no preço dos produtos. “Mas isso não está calculado, porque não temos informação sobre qual vai ser o tamanho da falta d&39;água”.

Rodrigues estimou que somente no final de março, quando se encerra o período chuvoso, o panorama ficará mais visível. Destacou, entretanto, que a safra de cana já está comprometida. Se chover, pode haver uma recuperação, mas os canaviais devido à seca em janeiro, não se desenvolveram. “Eu estou muito preocupado com a oferta de cana este ano”. Outros dois produtos, que são laranja e café, também dependem de água e apresentam um agravante, que é o fato de suas flores se ressentirem do calor intenso e mostrarem perda das floradas iniciais. “Vamos ter também queda de produção nestes produtos”.

O coordenador do GV Agro ressaltou, ainda, que haverá problemas sérios na oferta de pastagens na Região Sudeste, em especial em São Paulo e Minas Gerais, que pode levar os pecuaristas a vender gado mais cedo. “Não é um cenário catastrófico, mas não é simpático também”, concluiu.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Com gols de Maicon e Vegetti, Vasco supera Vitória que afunda na tabela do Brasileirão

Confira os números sorteados nas Loterias Caixa neste sábado em seis modalidades

Fortaleza impõe goleada histórica sobre o Juventude e respira no Brasileirão

Mesmo após morte no Pantanal, jovem filma e divulga prática de ceva à onça em MS

Notícias mais lidas agora

Retomada há 2 anos, obra de radioterapia do HRMS avança a passos lentos e chega a 70%

‘Sempre foi minha maior inimiga’: o que comemorar quando você cresce com uma mãe narcisista?

onça atacou gato

Suposto ataque de onça em Aquidauana deixa moradores em alerta: ‘a vizinha jura que viu’

Em jogo equilibrado, Operário empata mais uma em casa pelo Brasileirão Série D

Últimas Notícias

Esportes

Corinthians joga mal e perde para o Mirassol em duelo com cavadinha errada de Memphis

Atacante holandês tentou uma cavadinha em cobrança de pênalti quando o placar ainda não havia sido aberto, mas acabou defendido pelo ex-goleiro corinthiano Walter

Cotidiano

MS já teve 22 postos autuados por irregularidades em bombas de combustível até abril de 2025

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) revelam que em 2025, 88 postos em MS foram fiscalizados, sendo 22 deles autuados por irregularidades

Esportes

Red Bull Bragantino empata com o Grêmio e assume a liderança provisória do Brasileirão

Time de Bragança Paulista tem 17 pontos, um à frente do Palmeiras que domingo fará o clássico paulista diante do São Paulo, também pela oitava rodada

Cotidiano

Vaticano publica brasão e lema oficial do novo sumo pontífice Papa Leão XIV

"In Illo uno unum" são as palavras, pronunciadas em um sermão por Santo Agostinho, que o Pontífice escolheu como seu lema episcopal. Uma referência ao Bispo de Hipona também no brasão, com a imagem de um livro fechado sobre o qual repousa um coração transpassado por uma flecha