Pular para o conteúdo
Economia

Dono de padaria denuncia compra de supérfluos com cartão de benefício social

Empresário afirma que não aguenta mais o estrangulamento que a economia lhe impõe
Arquivo -

Empresário afirma que não aguenta mais o estrangulamento que a economia lhe impõe

Antônio da Luz veio para Mato Grosso do Sul em 2004, onde resolveu abrir uma em , na área central. Escolheu um ponto barato, que segundo ele estava queimado, o que lhe ofereceu o desafio de criar uma clientela praticamente ‘do zero’. Baseado nos caprichos da Região Sul o negócio dele prosperou mas neste ano vive o período mais dramático. Com as altas de diversos custos, a padaria não sabe como absorver o aumento nas despesas, sem que isso gere um impacto direto nos seus consumidores. 

Ele acredita que terá um acréscimo de R$ 300,00 na conta de luz – o pequeno negócio atua com seis freezers, forno elétrico e outros equipamentos que precisam ficar ligados ininterruptamente. O gás de cozinha, outro insumo da sua atividade comercial, que era adquirido a R$ 57,00 agora terá que ser pago a R$ 67,00. Com tantos riscos a sua margem de lucro, o pequeno empresário conta que nos últimos anos o único parceiro que teve no seu negócio foi o banco. 

“O Governo dá o dinheiro para a turma, banca tudo em vez de ensinar a pescar. A gente que tem padaria sabe o quanto pessoas com o cartão de benefício social vem até aqui e compra sorvete, doces ou outros supérfluos. Não era para ser em algo básico esse auxílio? Quem paga toda essa conta, a Copa do Mundo e tudo que os políticos inventam é a classe média, o pequeno empresário, que cada vez está massacrada. No fim das contas o único que socorre por mais que falem mal é o banco”, diz Seu Antônio, preocupado com a dificuldade de manter seus clientes, com a possível recessão que o país venha a viver em 2015.

E pode ficar pior …

Seu Antônio contou também ao Midiamax que a relação das padarias com o sindicato laboral dos funcionários desse ramo está progressivamente mais tensa. O motivo seriam exigências contínuas, que de acordo com o empresário, incluem o estabelecimento de uma jornada de trabalho menor (sairia de 8 horas para 6), e nos casos de colaboradores com expediente de 7 horas diárias é discutida a exigência de um intervalo, no qual a empresa bancaria um lanche. O pacote de melhorias prospectado pela entidade atenderia ainda a obrigatoriedade de um vale-farmácia aos empregados.

“É bolsa-família, vale gás, vale-universidade, bônus para isso e para aquilo, e tudo para uma parcela da população arcar, justamente a parcela que move a economia. Vale-remédio? Não seria melhor os sindicatos ou o governo interferir menos nas empresas? Acredito que ajudaria os funcionários a ganhar mais. Se a empresa quebra, que é o que acontece quando arrocha demais, perde-se a geração de empregos”, desabafa o dono de padaria, que pelo momento econômico do País, escancarou sua visão neoliberal.

Laissez-faire Café

Um dos diferenciais da padaria do Seu Antônio, localizada no Centro de Campo Grande, à Rua Sete de Setembro, é o café e o leite oferecido aos clientes em auto-service. No canto do estabelecimento o pode tomar o seu café com liberdade, fazer o pingado, como se estivesse em casa, talvez por isso o espaço perto do caixa tenha se tornado em uma espécie de ‘sala de debates’. Ali os clientes falam de tudo, principalmente de política, da presidenta, e desde janeiro quase que religiosamente da política econômica do Governo Federal. 

“É um ambiente familiar que permite ao consumidor dentro de toda simplicidade da padaria se sentir em casa. É um luxo que a gente se permite quando pode privilegiar na mesa uma qualidade maior e um atendimento melhor. O café a vontade, o papo com o dono, um salgado ou doce que tem procedência, bem diferente que o dos supermercados. Agora se a Economia apertar não tem jeito, os clientes são transferidos para o supermercado, onde há o preço menor”, admite o funcionário público, cliente da padaria, Erivaldo Rios.

Outro cliente que também é fã do atendimento e do diferencial dos produtos ofertados no estabelecimento informou à reportagem que não sabe se termina o ano comprando na padaria. Segundo o servidor Daniel Valdemar, é impossível hoje prever que rumos tomarão a economia e que dia-a-dia é possível sentir já uma inflação maior que a de 2014.

“O trigo subiu, a gasolina sobe, o gás subiu e naturalmente se a padaria não subir seus preços hoje deverá aumentar em breve. Todo esse cenário exigirá inteligência do consumidor em conseguir fazer as mesmas coisas com o mesmo dinheiro”, explica. 

O Midiamax tentou falar com o Sindmassas a respeito das situações ventiladas pelo empresário Antônio da Luz sobre a negociação da entidade com empresas para a obrigatoriedade de um vale-farmácia aos empregados da categoria, além do pedido para a inclusão de lanches na jornada de trabalho dos funcionários. O presidente do sindicato, Fábio Alex Salomão não foi localizado pela reportagem.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

‘Ou governo, ou senado’: Pollon promete acirrar disputa no PL e não descarta mudança de partido

Corinthians vence o Palmeiras por 1 a 0 e larga na frente nas oitavas da Copa do Brasil

Confira quais são os 694 produtos brasileiros que ficaram ‘livres’ do tarifaço de Trump

‘Inaceitável’: Lula critica tarifas de Trump e afirma que medida é afronta à soberania nacional

Notícias mais lidas agora

Dois dos três produtos mais exportados por MS aos EUA escapam do tarifaço de Trump

‘Corremos atrás do sim e conseguimos parcialmente’, diz Nelsinho Trad após Trump liberar celulose e ferro de MS

flexpark ação

Campo Grande contesta perícia de indenização ao Flexpark e alega que valor é R$ 1,8 milhão menor

O raro Rolex “Barbie” de Lionel Messi

Últimas Notícias

Esportes

Fluminense surpreende o Inter na Copa do Brasil e vence pela 1ª vez após Mundial de Clubes

Em um primeiro tempo movimentado, Everaldo aproveitou a falha de Vitão e abriu o placar para o Fluminense

Cotidiano

Após incêndio no Noroeste, conselho de segurança marca reunião com Defesa Civil e moradores

O encontro vai abordar o caso registrado nesta quarta-feira e deliberar acordos juntos à comunidade para prevenir novas ocorrências

Brasil

Após sanções dos EUA, Moraes vai a jogo do Corinthians e faz gesto obsceno

Corintiano declarado, o magistrado acompanhou a partida das tribunas

Cotidiano

Bebê de 1 ano é mordida por morcego após incêndio em terreno baldio no Tiradentes

Moradores afirmam que já fizeram diversas denúncias sobre o abandono do terreno, mas nenhuma providência foi tomada