A moeda norte-americana ficou a 3,1360 reais

O dólar fechou em leve queda em relação ao real nesta terça-feira, com operadores citando entradas pontuais de divisas para se beneficiar dos juros brasileiros tendo seu efeito ampliado pela baixa liquidez no mercado local.

A moeda norte-americana recuou 0,08 por cento, a 3,1360 reais na venda. O movimento no mercado local foi dissociado dos mercados externos, onde o dólar avançava cerca de 0,5 por cento contra uma cesta de divisas, diante de expectativas de altas de juros nos Estados Unidos neste ano.

“Tivemos um mercado de baixo volume, onde qualquer operação faz preço. Vimos algumas entradas na parte da tarde e isso fez o dólar ignorar o exterior e cair”, disse o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato.

A liquidez limitada pode ser percebida no giro financeiro baixo no mercado futuro de câmbio. Foram negociados cerca de 250 mil contratos de dólar para agosto nesta sessão, abaixo da média diária de por volta de 280 mil apurada no mês passado.

As entradas na parte da tarde levaram a moeda norte-americana a anular a alta vista mais cedo, quando chegou a atingir 3,1669 reais na máxima da sessão, após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmar que o banco central norte-americano continua na trajetória de elevar os juros neste ano.

“Yellen manteve o discurso de que vai começar a subir juros neste ano mesmo depois de alguns números mais fracos nas últimas semanas”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano, ressaltando também que a alta dos preços ao produtor dá força a expectativas de que a inflação está avançando nos EUA.

As declarações foram corroboradas pelo avanço de 0,4 por cento dos preços ao produtor nos EUA, acima das expectativas de alta de 0,2 por cento. O Fed tem afirmado que quer ver sinais consistentes de que a inflação está acelerando em direção à meta de 2 por cento para dar início ao aperto monetário.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.

Investidores também mantiveram no radar a questão da Grécia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, luta nesta quarta-feira para obter a aprovação de parlamentares ao acordo de resgate para manter a Grécia no euro, enquanto os credores do país, pressionados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para que ofereçam um alívio da dívida, enfrentavam dificuldades para concordar com uma tábua de salvação financeira.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Com isso, repôs ao todo o equivalente a 3,041 bilhões de dólares, ou cerca de 28 por cento do lote de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.