Moeda continua cotada acima dos R$ 3,50

Após o dólar ter subido por seis sessões consecutivas no Brasil, o mercado de câmbio finalmente encontrou hoje uma justificativa para realizar lucros (vender moeda). E ela veio do Banco Central, que anunciou a elevação do montante oferecido nos leilões de swap para rolagem dos contratos de setembro. Isso fez o dólar fechar em baixa ante o real hoje, mas ainda assim cotado acima dos R$ 3,50.

O dólar à vista de balcão encerrou em baixa de 0,74%, aos R$ 3,5100. Na semana, porém, acumulou alta de 2,72%. No mercado futuro, que fecha apenas às 18 horas, o dólar para setembro tinha baixa de 0,92%, aos R$ 3,5355.

No início do dia, a pressão sobre a moeda americana já era baixista no Brasil. Tudo porque, ao elevar de 6 mil contratos (US$ 300 milhões) para 11 mil contratos (US$ 550 milhões) a oferta diária de swaps para a rolagem de setembro, o Banco Central indicou que pretende repor 100% dos vencimentos. Antes da mudança, anunciada na noite de ontem, a rolagem seria de 60%.

O dólar cedeu ante o real durante a maior parte do dia, tendo subido apenas durante um curto período da manhã, com investidores armando posições antes da divulgação dos dados de emprego nos EUA. Neste momento, às 9h38, o dólar chegou a marcar a máxima de R$ 3,5670 (+0,88%).

Divulgados os dados americanos, mostrando a criação de 215 mil vagas de emprego em julho, em linha com a previsão, o dólar voltou a perder força no Brasil – e também no exterior. O movimento ocorreu porque investidores deram ênfase ao fato de a renda média dos trabalhadores do setor privado ter subido apenas 0,2% em julho, o que foi interpretado como um sinal de que a inflação poderá continuar enfraquecida. No limite, isso pode adiar a alta de juros nos EUA – evento que, quando ocorrer, pode reduzir o fluxo de recursos para países como o Brasil.

Na mínima da sessão, vista às 11h52, a moeda americana marcou R$ 3,4920 (-1,24%). Depois, durante a tarde, ainda houve alguma volatilidade em função das notícias de que o vice-presidente Michel Temer teria pedido à presidente Dilma Rousseff para sair da coordenação política. A informação foi posteriormente desmentida pelo próprio Temer, por meio do Twitter.