O Plano Safra da Pesca e Aquicultura vai beneficiar mais de 5 mil famílias de pescadores e aquicultores de Mato Grosso do Sul com recursos de R$ 1,1 milhão, por meio da assinatura de 95 contratos de créditos para aquisição de material e barcos de pesca.

Também foram firmados acordos de cooperação para o desenvolvimento do setor no Estado, com a Iagro, Agraer e Polícia Militar Ambiental, além da emissão da licença de operação de parques aquícolas na Usina de Ilha Solteira (SP), na divisa com Três Lagoas (MS).

O ministro da Pesca e Aquicultura Marcelo Crivella (PRB), que anunciou a liberação dos recursos durante o lançamento do Plano Safra, destacou que, além do incentivo à produção de pescado, o consumo de peixe também deve ser estimulado, e o governo federal trabalha para viabilizar que o produto fique mais barato. “Os pescadores serão beneficiados com o aumento do consumo, porque venderão mais, e o peixe foi elevado ao status da carne e do frango, quando foi incluído na lista de desonerações da cesta básica”, lembrou.

O governador André Puccinelli, lembrou que R$ 5 milhões já foram investidos no setor no Estado, que possibilitaram a formação dos convênios e contribuiu com a atividade dos 450 pescadores regularizados no Estado.

Pescado ficará mais barato com incentivos ao produtor

O custo do peixe deve ser menor na ponta da cadeia produtiva para chegar mais barato ao consumidor, afirmam produtores de pescado de Mato Grosso do Sul.

A questão foi levantada no lançamento do Plano Safra para Pesca e Aquicultura, depois que o ministro da Pesca, Marcelo Crivella, comentou que o produto ficou mais barato com a desoneração de impostos da cesta básica anunciada pelo governo federal, e inclui o pescado.

Para Tarciso José Schoninger, de uma cooperativa de peixes de Bonito (MS), a questão se equipara à necessidade de os supermercadistas baixarem os preços para que o consumidor perceba a variação de preços. “É como todos estão falando por aí, os empresários precisam vender mais barato para o preço cair. Se a gente continuar vendendo caro para os restaurantes e mercados, o preço não vai ter como o preço baixar”, justifica.

Somente Schoninger fornece 400 quilos de pescado por mês, para compradores de Bonito e região. O quilo do pintado que, segundo ele, tem a maior saída, sai por R$ 15. Nos supermercados de Bonito não é vendido por menos de R$ 25, diz ele.

“Se a gente conseguir produzir mais barato, vendemos mais barato e o dono do restaurante também vai poder cobrar menos por um prato, no supermercado já não vai ser tão caro”, acrescenta.

Clóvis da Silva, de Fátima do Sul, tem a mesma a opinião, e defende que o setor deveria ter mais incentivos, como em qualquer outra atividade. “Hoje, somos organizados como qualquer empresa é. Mas elas não pagam impostos, tem outros privilégios”, diz, referindo-se a incentivos fiscais. “Se tivesse uma ajuda para o pescador registrado, já facilitaria bastante”, defende.