Petrobras pode importar mais gasolina com queda na safra de cana
A Petrobras terá que importar mais gasolina caso se confirme a quebra de safra de cana-de-açúcar, o que reduziria a oferta de etanol, segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa. A última estimativa de safra da indústria veio abaixo da previsão inicial e, ao mesmo tempo, a demanda por gasolina no país […]
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A Petrobras terá que importar mais gasolina caso se confirme a quebra de safra de cana-de-açúcar, o que reduziria a oferta de etanol, segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa.
A última estimativa de safra da indústria veio abaixo da previsão inicial e, ao mesmo tempo, a demanda por gasolina no país continua muito forte.
Uma menor produção de etanol significa maior consumo de gasolina no mercado brasileiro por conta da frota bicombustível, que pode rodar com etanol e/ou gasolina.
“(Havendo a quebra) É quase certo (a importação)”, disse o executivo à Reuters.
Caso a nova importação se confirme, seria a terceira remessa somente este ano. A estatal já teve que importar este ano um volume total de 2,5 milhões de barris de gasolina, o equivalente a cerca de seis dias de consumo.
“A gente acompanha isso mês a mês, semana a semana, dia a dia. Projetamos toda semana a previsão de demanda e de oferta, e o estoque. Se baixar muito, é preciso fazer uma importação”, declarou Costa.
Nesta semana, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) reduziu a sua estimativa para a produção de etanol em 3 bilhões de litros, para 22,5 bilhões de litros, considerando problemas climáticos e também investimentos reduzidos na renovação dos canaviais.
A Unica representa as usinas do centro-sul do Brasil, que respondem por cerca de 90 por cento da safra nacional de cana.
No entanto, há quem pense diferente da Unica. Para a consultoria Job Economia, a produção de etanol no centro-sul não deverá cair abaixo de 24 bilhões de litros.
ALTA NO CONSUMO DE GASOLINA
Para Costa, a “folga” no mercado hoje é “muito pequena”.
Ele avaliou que, mesmo com o início da safra de cana, o preço do etanol não cedeu como se esperava.
“A importação vai depender da demanda, do mercado. Se a demanda ficar muito aquecida. Se esse patamar de demanda de gasolina se mantiver e o consumo de álcool ficar estabilizado, aí será pouca coisa (de importação)”, afirmou.
O consumo de gasolina cresceu 13 por cento no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, disse o diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele não deu detalhes.
O mercado de derivados de petróleo avançou 7 por cento no mesmo período, contra um ganho de 10 por cento em 2010, em relação a 2009.
“Estamos crescendo em cima de uma base grande. No ano passado, o consumo de gasolina já cresceu 18 por cento e os números continuam impressionantes. O mercado está muito aquecido”, declarou Costa.
Para fazer frente ao maior consumo, a Petrobras conseguiu ampliar em julho a sua produção diária em 50 mil barris, com a entrada da unidade de coque da Revap.
“A oferta está apertada, mas ainda estamos conseguindo suprir com a unidade de coque. A folga é muito pequena”, disse ele.
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