Pequenos empresários de MS sofrem para implantar sistema fiscal imposto pelo Governo

O Governo de Mato Grosso do Sul exige que todos os empresários com faturamento anual acima de R$ 120 mil gastem aproximadamente o que faturam em um mês para implantar um sistema eletrônico.

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O Governo de Mato Grosso do Sul exige que todos os empresários com faturamento anual acima de R$ 120 mil gastem aproximadamente o que faturam em um mês para implantar um sistema eletrônico.

Com o argumento de combater a sonegação, o Governo de Mato Grosso do Sul exige que todos os empresários do estado com faturamento anual acima de R$ 120 mil gastem cerca de R$ 10 mil para implantar um sistema de nota fiscal eletrônica. No início da semana, a Receita Estadual isentou os empreendedores individuais que estão no regime do Simples Nacional do “investimento” forçado.

Mesmo assim, a medida atinge as microempresas, principais geradoras de empregos. Devidos às novas mudanças, a Associação das Micro Empresas do Mato Grosso do Sul já recebeu várias reclamações de empresários que estão tendo dificuldades financeiras para aderir ao sistema.

Capital de giro

Segundo o presidente da associação, João Ramos Martins, a dificuldade está em investir a quantia no sistema, pois geralmente esse valor precisa ser retirado do capital de giro das pequenas empresas e resultando em um gasto imprevisto.

Além disso, há um alerta para que os empresários se atentem ao contratar a empresa que implanta o sistema, pois este tem que ser validado pelo governo e de segurança. Outro ponto que exige atenção é a mão de obra qualificada, os funcionários de cada loja precisam reaprender a trabalhar com o novo sistema.

Empresas de maior movimento, como concessionárias e postos de combustível foram as primeiras a serem obrigadas a implantar o novo sistema, o prazo terminou no fim de 2010.

Proprietário de um posto de gasolina da Capital, João Fernandes, 52, diz que contratou uma empresa especializada na mudança de sistema para a adequação. Ele precisou ainda fazer a automação das bombas de combustível, o que gerou um gasto de cerca de R$ 10.000.

“O gasto é grande para a implantação e como não estamos em uma fase boa para o mercado, dificulta um pouco. Mas o nosso sistema é um mal necessário para nós”, explica João que se adequou no ano passado e que já recebeu fiscalização do governo do Estado em 2011.

A gerente de uma loja de utensílios domésticos, Suely Nantes, de 30 anos, explica que a empresa está em fase de transição de um sistema para o outro, por isso ainda estão sendo feitas adaptações.

Suely destaca que os funcionários que trabalham no caixa já fizeram um treinamento com o novo sistema, porém como ainda não foi implantado por completo, a empresa está tendo que deixar de vender para fora do estado por não poder emitir nota fiscal eletrônica.

A data limite para que as empresas se adéquem ao novo sistema varia entre seguimento e faturamento, já os empresários podem consultar sua situação através do número de Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) no site da Receita Federal.

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