Os efeitos do frio intenso na safra de milho em Mato Grosso do Sul devem ajudar a elevar os preços do produto. Os dois maiores produtores brasileiros, Paraná e Mato Grosso, já tiveram quebras na produção por causa de geadas no final de junho e da estiagem no primeiro semestre, respectivamente.

Agora, com a projeção de que a frente fria tenha deixado prejuízos que podem chegar a R$ 200 milhões nas principais regiões produtoras da cultura em Mato Grosso do Sul, segundo a Fundação MS, piora a expectativa para a safra nacional.

O município de Maracaju, considerado o maior produtor de milho safrinha do Estado foi o mais atingido com a estimativa de R$ 32,8 milhões na safra. Sidrolândia, Amambai, Aral Moreira, Rio Brilhante e a região da Grande Dourados também estão na lista dos municípios mais afetados pelas geadas que ocorreram nas regiões central e sul do Estado na semana passada.

Mesmo sendo cedo para mensurar com exatidão as perdas, a estimativa é que a média produtiva sofra queda de até 40% nessas regiões e chegue a 20% em todo Estado.

O engenheiro agrônomo André Lourenção, pesquisador do setor de milho afirma que as plantações ocorridas no mês de março são as que mais sofreram danos, gerando quebra na produtividade em mais de 300 mil hectares afetados.

Analistas já falam de uma quebra dez vezes maior do que o esperado anteriormente para a safra nacional.

Segundo Aedson Pereira, da consultoria Informa Economics FNP, considerando as perdas por geada e seca, a produção da segunda safra de milho do país, oficialmente estimada para cair em 1 por cento, para 21,7 milhões de toneladas, terá que ser ajustada para baixo em pelo menos 2 milhões de toneladas.

“Ou seja, com uma queda de 10 por cento se comparada à colheita de 2009/10”, calcula. O resultado deve refletir no aumento do preço de mercado do milho negociado desde já. (Com informações da Reuters)