Comercializada a R$ 748,48, o preço da cesta básica em Campo Grande segue como a 5ª mais cara entre as 27 unidades da federação. Impulsionado pelo alto preço da batata, em maio, os alimentos básicos subiram 2,15% em relação a abril e acumulam uma alta de 7,28% ao ano.
Para um trabalhador que ganha um salário mínimo, de R$ 1.412, são necessárias 116 horas trabalhadas, cerca de 14 dias de trabalho, para comprar uma cesta básica. Os dados correspondem a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgadas nesta quinta-feira (6), pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Se comparado o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, ou seja, após descontados os 7,5% referentes à Previdência Social, em maio de 2023, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em média, 57,31% do seu rendimento para adquirir o básico. Em abril, esse percentual ficou em 56,10%.
Campo Grande teve maior alta no preço da batata entre os estados
Entre abril e maio, a variação no preço da batata chegou a 44,32%, em Campo Grande. A alta se torna ainda mais expressiva se comparada a menor variação, que foi de 17,92%, em Goiânia. Conforme o Dieese, o valor do quilo da batata subiu em todas as capitais da região Centro-Sul do país.
Apesar de apresentar três safras ao longo do ano, a baixa oferta da batata fez com que o tubérculo registrasse a variação mais expressiva entre os itens que compõem a cesta básica. No intervalo de um ano, o quilo do tubérculo passou de um preço médio de R$ 4,50 para R$ 10,03, variação de 122,89% – a maior registrada entre as capitais pesquisadas pelo Dieese.
A última atualização do boletim diário da Ceasa-MS (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), publicada na primeira quinzena de maio, indica que a batata comum com saco de 50 kg ficou R$ 20 mais cara se comparada a última semana de abril, em Campo Grande.
Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, com destaque para Campo Grande (122,89%),
Florianópolis (108,78%), Belo Horizonte (94,30%) e Rio de Janeiro (93,59%). O levantamento aponta que esse aumento nos preços da batata decorre da baixa oferta nacional. A safra das águas está próxima de seu encerramento e a oferta da safra das secas é ainda muito pequena.
Preços da banana e feijão seguem queda

Em maio, os preços da banana-nanica, seguiram a tendência de queda, encontrada a R$ 2,99 o quilo. Essa queda contribuiu para a segunda retração consecutiva no preço da fruta (-19,44%). Na comparação com maio de 2023, o percentual acumulado é negativo (-2,39%), situação que pode se manter dada a perspectiva do avanço da safra da banana-prata.
Outro alimento que também apresentou queda foi o feijão carioquinha, cerca de -7,59%. Com isso, o produto completou um trimestre de retração de preços em maio, após ultrapassar o preço médio de R$ 9,00 em fevereiro, a tendência de retração ocorre devido à boa oferta da segunda safra do grão.
Tanto nos últimos 12 meses (-0,77%), quanto na variação mensal, o açúcar cristal (-0,51%) apresentou queda de preços, processo que havia sido interrompido em abril. Em maio, observou-se crescimento na produção do adoçante em função do aumento de usinas produtoras em operação.
Tomate e leite completam três meses em alta

Com alta de 10,90%, o tomate completou um trimestre de altas, assim como o leite de caixinha (8,49%). O preço da manteiga (0,79%) acompanhou a alta do leite, e com o 7 novo aumento do café (3,10%) os itens matinais demandaram mais 40 minutos de trabalho em maio para serem adquiridos na capital, em relação a abril.
Já o arroz agulhinha (7,68%), a carne bovina (2,28%) e o óleo de soja (1,91%) também tiveram alta nos preços. Em 12 meses, somente o arroz registrou variação positiva (33,40%), pois o preço médio de um quilo do produto passou de R$ 4,73, em maio de 2023, para R$ 6,31 em maio de 2024.
Entre os alimentos que não registraram variação neste mês, destaca-se a farinha de trigo (0,00%) e o pãozinho francês (0,00%), permanecendo com preços médios de R$ 4,00 o quilo do cereal, e de R$ 16,32 o quilo do derivado, conforme dados de abril. Em 12 meses, a farinha registrou retração de (-16,19%) e o pãozinho, alta de 1,37%.
Alimentos básicos tiveram 3ª maior alta em Campo Grande

Em 11 das 17 capitais analisadas pelo Dieese, o valor do conjunto dos alimentos básicos teve um aumento mensal. Entre abril e maio de 2024, as altas mais significativas ocorreram em Porto Alegre (3,33%), Florianópolis (2,50%), Campo Grande (2,15%) e Curitiba (2,04%). Já as quedas mais importantes
ocorreram em Belo Horizonte (-2,71%) e Salvador (-2,67%), conforme o levantamento.
São Paulo segue com o maior custo (R$ 826,85), seguida por Porto Alegre (R$ 801,45), Florianópolis (R$ 801,03) e Rio de Janeiro (R$ 796,67). Além disso, no Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta difere, os menores valores médios ocorreram em Aracaju (R$ 579,55), Recife (R$ 618,47) e João Pessoa (R$ 620,67).
A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2023 e 2024, mostrou que quase todas as cidades tiveram alta de preço, exceto Goiânia (-0,05%). As elevações variaram entre 2,53%, em Vitória, e 6,84%, em João Pessoa.
Salário mínimo ideal é de R$ 6,9 mil

Conforme o Dieese, o salário mínimo ideal para a manutenção de uma família de quatro pessoas corresponde a R$ 6.946,37 em maio de 2023, ou 4,92 vezes o valor do salário mínimo de R$ 1.412,00.
Em abril, o valor necessário era de R$ 6.912,69, ou seja, 4,9 vezes o valor do salário mínimo. Já no mesmo período do ano anterior, o valor necessário era de R$ 6.652,09, ou 5,11 vezes o valor do salário mínimo vigente na época, que era de R$ 1.302,00.
Em contraponto, na Capital sul-mato-grossense, o valor da cesta básica necessária para alimentar uma família composta por quatro pessoas chega a R$ 2.245,44.
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