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Consumidor

Juíza determina 123 Milhas a emitir passagens para família campo-grandense

5ª Vara do Juizado Especial Central sentenciou tutela antecipada de urgência após suspensão de passagens para o início de outubro
Karina Campos -
123 milhas
Consumidor foi vítima em programa de milhagem (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

A ansiedade de conhecer o mar do nordeste tomava conta quando uma enfermeira de , de 26 anos, precisou mudar todos os planos diante do comunicado da 123 Milhas em suspender as passagens. Na segunda-feira (4), a 5ª Vara do Juizado Especial Central determinou tutela antecipada de urgência para a empresa emitir as passagens no período previsto do pacote comprado.

Conforme a decisão da juíza Sandra Regina da Silva Ribeiro Artioli, houve entendimento na comprovação de pagamento das passagens e cancelamento unilateral da empresa. Entretanto, a proximidade com a data da viagem dificulta a emissão da passagem pela empresa, com isso, ficou determinado o bloqueio nas contas da 123 Milhas no valor pago pela cliente.

“Ocorre que, embora possível juridicamente a determinação à empresa para cumprimento forçado da medida sob pena multa, neste caso específico, torna-se impossível de cumprimento eventual tutela concedida. Isso porque a proximidade da data da viagem não garante a efetividade do provimento jurisdicional. Assim, tendo em vista que se trata de relação de consumo, na qual o é a parte hipossuficiente e, ainda, considerando todo o contexto atual que envolve a empresa requerida, defiro parcialmente o pedido de tutela antecipada para determinar o bloqueio de R$ 3.575,88, com vistas a garantir o resultado útil do processo”, diz parte do processo.

A intimação foi enviada para a sede da empresa, em , em Minas Gerais. Também foi designada uma audiência de conciliação, que será realizada por videoconferência. A ação foi judicializada pelas advogadas Helga Pereira Dias e Natalie Fraulob Pissini, após a família comprar um pacote de passagens aéreas para cinco adultos e uma criança. Atualmente, a cotação para as passagens ultrapassa R$ 20 mil.

“Ingressamos judicialmente para cumprir [acordo do contrato], danos morais e a tutela de urgência. Existem muitas pessoas com problemas com a 123 Milhas, sem saber o que fazer. [A situação financeira da empresa] está se complicando, mas se as pessoas não tomarem providências, procurar os direitos agora, ficará mais difícil depois. A pessoa tem que ter ciência do que está acontecendo, que tem processos sendo deferido, que podem ingressar com suas ações para, pelo menos, garantir o sucesso das demandas”, completa Helga.

Viajem cancelada

A família iria desembarcar em Recife, conhecer Porto de Galinhas e Maragogi, entretanto, tiveram os planos frustrados. A enfermeira conta foram duas compras, uma parcela em oito vezes e a outra em 10. A viagem seria para realizar o sonho de conhecer o Nordeste, na comemoração do aniversário do esposo e do filho, de três anos.

“Em vez de fazer uma festinha para ele decidimos levá-lo a praia e para viajar de avião pela primeira vez, além de ser o sonho da minha sogra ir para o nordeste. Ela passou dias organizando os passeios, vendo aluguel de carro, estudando a tábua das marés, para que tudo saísse perfeito. Não temos condições de pagar [novas passagens], no entanto, como minha sogra teve todo o trabalho de organizar e por ser um sonho dela, talvez metade do grupo irá, e nós não”, relata.

O prejuízo ainda soma as reversas no local escolhido, que já haviam sido pagos. “Tinha feito a reserva das hospedagens, uma foi pago 50%, com possibilidade de reembolso de apenas 90%, o outro que ainda sigo pagando, por ser parcelado também. Estamos aguardando a decisão da Justiça frente ao caso, estamos na ansiedade do que será decidido”.

123 Milhas em recuperação judicial

A reportagem entrou em contato com a empresa para comentar a decisão. O espaço segue aberto para um posicionamento. Desde agosto, a agência suspendeu pacotes com datas flexíveis e promocionais. Ainda no mesmo mês, entrou com pedido de recuperação judicial estimado de R$ 2,3 bilhões. O pedido alega que a empresa passa pela pior crise financeira, desde a fundação em 2016.

No último comunicado, a 123 milhas afirmou que “devolverá integralmente o valor pago por meio de vouchers, acrescido de correção monetária de 150% do CDI ao mês – acima da inflação e dos juros do mercado. Você poderá usar os vouchers em outros produtos da 123milhas, seja para passagens aéreas, hotéis ou pacotes”.

Ação coletiva

Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor de ingressou com Ação Civil Coletiva, solicitando liminar, para que a empresa 123 Milhas atenda os interesses dos consumidores. Eles querem que os consumidores lesados tenham opções diante do cancelamento dos pacotes.

A ação corre na Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Comarca de Campo Grande e a Associação quer que a empresa dê aos consumidores as opções que a legislação confere diante dos cancelamentos de produtos da linha Promo, de forma unilateral e repentina.

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