Na fila do Procon Estadual de Campo Grande, não é difícil encontrar histórias de pessoas que tiveram seus direitos violados. Roselaine Ferreira, 39, é uma delas. Ela procurou atendimento após identificar um dos problemas mais comuns entre os consumidores: cobranças indevidas de instituições bancárias.
Roselaine relata que, há poucos meses, seu sogro, de 75 anos, foi morar com ela. Com frequência, o idoso reclamava que o valor de sua aposentadoria estava abaixo do esperado. Com isso, a nora resolveu investigar e acabou tendo uma surpresa.
“Como ele sempre reclamava, peguei o holerite dele para verificar e vi que tinha um desconto de R$ 100 de um banco. Quando puxei pelo histórico, notei que já corria por um tempo”, explicou.
Segundo ela, após analisar os documentos, a família descobriu que os descontos ocorriam há dez anos e eram fruto de um empréstimo que o aposentado havia feito em 2013.
“Quando ele fez esse empréstimo, fizeram também um cartão de crédito. Desde 2013 vem esse desconto diretamente na folha de pagamento e não sabíamos. Hoje já acumula mais de R$ 10 mil”, ressalta.
Após a descoberta, o Procon-MS estabeleceu um prazo para a empresa negociar um acordo com o aposentado. Caso a situação não seja resolvida, Roselaine destaca que irá entrar com um processo contra a instituição bancária.
Reclamações
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Dados do balanço do Procon-MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor), divulgado em março deste ano, apontam que em todo ano de 2022, os setores que mais registraram reclamações foram o de energia elétrica (176), água (145), serviços prestados por bancos (104) e telefonia e internet (100).
Em Mato Grosso do Sul, foram contabilizadas 6.968 reclamações ao longo do ano passado, sendo 1.082 em Campo Grande. Do total de reclamações, a maioria foi por cobranças indevidas.