O que era para ser motivo de felicidade virou um pesadelo na vida de uma campo-grandense que foi ridicularizada pelo proprietário de um salão de beleza, no bairro Santa Emília. 

Conforme o relato da cliente postado no grupo do Facebook “Aonde Não Ir em CG”, famoso pelos consumidores compartilharem as experiências ruins no comércio da Capital, a mulher entrou em contato com o cabeleireiro na última terça-feira. O procedimento ficou agendado para as 7h30, no sábado (15). 

O Midiamax entrou em contato com a vítima, que preferiu ter o nome preservado. Ela contou que gostaria de fazer nas mechas um ‘morena iluminada’ sem perder a cor original do cabelo e uma escova progressiva. O profissional cobrou R$ 250, que foram pagos ao longo da semana com três Pix. 

O primeiro pagamento foi o “sinal” de R$ 50, depois foi pedido outro de R$ 32. A última transferência, de R$ 168, foi feita às 5h56 na manhã de sábado, quando o cabeleireiro mandou mensagem falando que tinha que ir ao mercado comprar os materiais.

A cliente chegou na casa onde são feitos os atendimentos às 7h20. O cabeleireiro aplicou o produto para o teste de mechas, para ver se o cabelo aguentaria o procedimento, e foi atender outras pessoas que não estavam agendadas. 

O profissional voltou às 9h para aplicar o pó descolorante e papel alumínio, que ficaram no cabelo por sete horas, até às 18h. Nesse intervalo ela comprou um sanduíche para o almoço. 

Conforme o relato da cliente, no fim da tarde o cabelo foi lavado e o produto da progressiva foi aplicado. Depois das mechas passarem por uma nova lavagem, foi durante o corte de cabelo que a cliente viu que o resultado não era o que ela esperava. 

“Eu vi que o meu cabelo estava laranja, entrei em desespero e falei que não era aquilo que eu queria. Ele lava o cabelo na maior brutalidade. Ele começou gritar comigo dizendo que era o que eu tinha pedido e me mandou ir embora”, ela relembra. 

Enquanto era expulsa, ela conta que foi ameaçada pelo cabeleireiro, chamada de louca e que ouviu que “salão dele não era CAPS [Centros de Atenção Psicossocial]”. Enquanto era humilhada, as outras clientes que estavam no salão olhavam assustadas a cena e uma até chegou a rir de nervosismo.

“Eu comecei a chorar, olhava para ele e falava que ‘aqui não é centro de reabilitação’ e uma cliente começou a rir”, se recorda. 

O cabeleireiro chamou a polícia para tentar expulsar a cliente que estava aos prantos, mas ela permaneceu no local até desistir de esperar e foi embora. Ela abriu um boletim de ocorrência, uma reclamação no Procon e pretende entrar com uma ação na justiça para pedir danos morais e o ressarcimento do valor pago. 

Em conversa com o Midiamax, a mulher contou que a autoestima ficou extremamente abalada. “O meu cabelo para mim era tudo”, ela resume.

Graças à publicação no grupo do Facebook, uma cabeleireira se solidarizou com o relato e consertou o cabelo da vítima sem cobrar nada. “Eu não ia conseguir sair na rua, abalou muito a minha autoestima”, ela lamenta. 

O Midiamax entrou em contato com o cabeleireiro para pedir uma nota sobre o caso, mas não obteve resposta. O espaço continua aberto para futuras manifestações.