Com 78 ações em Mato Grosso do Sul, a empresa Hurb pode ter bens bloqueados para assegurar o pagamento de reembolsos por pacotes de viagens cancelados em todo o País. Em meio a crise, que inclui descumprimento de acordos comerciais e prazos de estorno, o CEO da empresa, João Ricardo Mendes, anunciou renúncia do cargo após xingar cliente sul-mato-grossense.

Especialista em direito do consumidor, o advogado Marcelo Salomão explica que “ações na Justiça são a maneira mais sólida do cliente ter seu direito resguardado”. Segundo ele, a partir dos processos ajuizados, consumidores podem reaver valores em eventual bloqueio de bens da empresa. 

“O bloqueio de bens é uma segurança jurídica para garantir o direito legítimo do consumidor, por isso, o caminho mais correto é acionar a justiça, seja procurando um advogado de confiança ou a própria Defensoria Pública”, pontua. 

Segundo ele, a recente saída do CEO não representa interferência nos processos que tramitam ou possam ser protocolados contra a Hurb. “A pessoa jurídica é responsável pelo cumprimento dos acordos em relação consumidor e fornecedor é contratual”, detalha. 

Em caso de descumprimento, a companhia pode ser acionada por danos materiais e morais, isso porque a contratada é responsável por todas as despesas e prejuízos da relação financeira e isso não inibe o consumidor de ser ressarcido se sofreu dano moral por conta do não cumprimento.

“Imagina se a pessoa comprou o pacote para lua de mel, aniversário de pessoa querida ou se era sonho conhecer o destino. Se isso foi barrado por culpa exclusiva da empresa, não importa se preço estava mais barato”, acrescenta.

A Hurb, antigo Hotel Urbano, é uma agência de viagens que chama a atenção dos consumidores pelos pacotes nacionais e internacionais com preços atrativos. No entanto, muitos clientes têm colecionado problemas que vão desde cancelamento até mudanças repentinas de datas das viagens.

Em Mato Grosso do Sul, a Hurb é ré em 78 ações judiciais, só em são 51 processos de clientes que não tiveram acordo comercial cumprido pela empresa. Outras 27 ações acumulam-se nos juizados de Bataguassu, Caarapó, Cassilândia, Chapadão do Sul, Itaporã, Dourados, Três Lagoas, Nioaque, Nova Andradina, Paranaíba, e Ribas do Rio Pardo.

Além dos tribunais, reclamações sobre a Hurb também se acumulam pelas redes sociais. “Golpistas”, “Decepção” e “Só fazem falcatrua” são alguns dos comentários dos internautas.