Entre 2018 e 2023, os planos de saúde com abrangência em Mato Grosso do Sul ganharam 50,6 mil novos clientes. A pandemia de Covid-19 impulsionou a busca pelo serviço privado de saúde, mas os clientes devem preparar o bolso, já que o reajuste anual foi definido e pode chegar a 9,63%.

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) é responsável por definir o teto do reajuste dos planos de saúde. Para o período entre maio de 2023 e abril de 2024, ficou definido em 9,63% o índice de reajuste para os planos de saúde individuais e familiares regulamentados.

Para chegar ao percentual de 2023, a ANS utilizou a metodologia de cálculo que vem sendo aplicada desde 2019, que combina a variação das despesas assistenciais com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), descontado o subitem Plano de Saúde.

O advogado Cleber Tejada de Almeida, da Comissão de Saúde Suplementar da OAB/MS, explica que nos planos coletivos empresariais o percentual de reajuste é calculado por contrato e definido por acordo entre operadora e empresa contratante.

Utilização dos planos de saúde cresceu 20% em 2021

A pandemia de Covid-19 em 2020 mudou completamente o cenário da saúde no Brasil. Por um lado sobrecarregou hospitais e profissionais em atendimento emergencial às vítimas do coronavírus. Mas, por outro lado, paralisou cirurgias eletivas, consultas e atendimentos de rotina ou não emergenciais.

Diante disso, a partir de 2021 o setor voltou a caminhar para a normalidade. O advogado Cleber Tejada de Almeida afirma que a utilização dos planos individuais regulamentados tiveram crescimento de 20,35% em 2021 comparado a 2020.

“Em 2021, houve retomada, ainda que de forma gradativa, da utilização dos serviços médico e hospitalares em relação ao ano anterior, principalmente quanto às consultas e internações”, explica o advogado. Os custos variaram bastante no período, com reajuste máximo de 8,14% em 2020, queda de 8,19% em 2021 e aumento de até 15,5% em 2022, segundo a ANS.

Em 2022, o advogado considera que houve a retomada dos serviços, sendo mitigado o efeito da pandemia na utilização dos serviços médico-hospitalares. As despesas assistenciais per capita nos planos individuais regulamentados tiveram crescimento de 12,69% em 2022 comparado a 2021.

“O que se viu foi a retomada da utilização dos serviços médico-hospitalares no ano de 2021. Esse movimento cresceu até chegar em 2022, quando passou a ser observada uma frequência de uso do plano de saúde similar ao do período pré-pandemia”, explica.

Quando comparamos 2022 a 2021, notamos o crescimento do número de beneficiários, a elevação dos custos dos insumos e um aumento seguido de estabilização da utilização dos serviços de saúde suplementar.

Aumento de clientes dos planos de saúde

Dados da ANS mostram que Mato Grosso do Sul tem atualmente, 649,5 mil clientes de planos de saúde. Aumento de 9,2% no número de clientes em cinco anos, considerando que em 2018 eram 598,9 mil contratantes no Estado.

Em 2020, ano da pandemia de Covid-19, pouco mais de 8 mil clientes deixaram os planos de saúde em Mato Grosso do Sul, chegando a 590 mil usuários do serviço. Já em 2021 o número de clientes aumentou consideravelmente, chegando a 604,9 mil clientes no Mato Grosso do Sul.

Entre 2020 e 2022, os planos de saúde ganharam cerca de 30 mil pacientes, chegando a 619,4 mil no ano passado. E a contratação continuou subindo até chegar nos atuais 649.582 clientes no Estado, segundo dados da ANS.