Inflação de Campo Grande cai em maio, mas remédios e combustíveis ainda ‘pesam’ no bolso

Inflação do IPCA ficou em 12,07% no acumulado dos últimos 12 meses

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
remédios medicamentos
Imagem ilustrativa

A inflação de maio, do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), é a menor do ano e caiu para 0,27% em Campo Grande. Esse resultado mostra que houve uma queda de 0,94 ponto percentual, levando-se em consideração que a inflação de abril chegou ao patamar de 1,21% na capital morena. O cálculo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) mostra, ainda, que a inflação acumulada nos últimos 12 meses encontra-se agora em 12,07%.

Desta vez, os resultados de Campo Grande foram bem mais em conta do que a inflação registrada no País, que foi de 0,47% em maio. No entanto, em abril, a inflação nacional foi menor que a de Campo Grande: 1,06%. Este mês, os maiores vilões vieram do grupo da saúde, com alta de preços dos produtos farmacêuticos, cuja inflação foi de 1,04%. Entretanto, ao isolar apenas o subitem relacionado aos remédios, a inflação chegou a 2,78%.

Inflação na saúde tem remédios como os vilões de maio

No caso específico dos produtos farmacêuticos, em abril o governo federal autorizou um reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos. O IBGE estima que esse reajuste pode ter sido aplicado pelos varejistas de forma gradual, tendo reflexo no índice tanto em abril quanto em maio, embora a variação tenha sido menor neste último mês. “Mas como o segmento tem peso, acaba impactando bastante”, justifica o gerente do IPCA Pedro Kislanov.

As maiores variações, dentro do item produtos farmacêuticos, vieram dos anti-inflamatórios e antirreumáticos (5,76%), antialérgicos e broncodilatadores (5,51%). Queda nos subitens perfume (-1,34%) e papel higiênico (-0,15%). A dor de cabeça do trabalhador com a área de saúde terá um novo capítulo este mês. Isso porque os planos de saúde, apesar dos valores estarem em queda de -0,51%, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou um reajuste na ordem de 15,5% no fim de maio e, portanto, virá pesado para o bolso do consumidor em junho.  

Inflação nos transportes pesa no orçamento doméstico

A pesquisa do IBGE resultou numa inflação de 1,16%, causando um impacto de 0,27 ponto percentual. Apesar do estrago, oriundo dos combustíveis, o valor das tarifas de transporte coletivo urbano não foram alteradas, o que acabou aliviando para quem não tem carro, não anda de Uber ou táxi. Contudo, as altas de preços foram registradas no item veículo próprio (1,35% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice), seguido pelo preço do item transportes públicos (5,27% e impacto de 0,07 ponto percentual).

Já no subitens transporte por aplicativo, a alta de preços foi 13,62%, com acúmulo de 101,75% nos últimos 12 meses. Nas passagens aéreas, a elevação de preços chegou ao patamar de 19,75%, com acumulado de 100,86% em 12 meses. Na sequência aparecem os combustíveis com o aumento de 0,38%, impactando em 0,04 ponto percentual. Apenas os subitens automóvel usado (-0,2%) e óleo lubrificante (-0,88%) registraram quedas.

Combustíveis também alimentaram a inflação. Foto: Leonardo de França

Grupo de alimentação registra deflação em maio, aliviando o bolso do trabalhador

De acordo com os cálculos do IBGE, o grupo alimentação e bebidas apresentou variação de negativa de -0,6% em maio, o que significa deflação. No entanto, o preço do quilo da cebola destoou e aumentou 41,50%, seguido pelo leite longa vida (6,46%), leite em pó (5,19%) e massa semipreparada (4,80%). As maiores quedas de preços foram registradas no tomate (-28,40%) e no mamão (-18%). A variação mensal da alimentação fora do domicílio foi de 0,27%, indicando queda na comparação com o mês anterior (1,45%).

Desta vez, alimentos proporcionaram deflação de -0,6%. Foto: Arquivo Midiamax

Energia elétrica contribui para a diminuição da inflação no grupo da habitação

O IPCA do grupo habitação registrou deflação de -0,72% em maio. Segundo os cálculos do IBGE, isso deve-se à energia elétrica, com tarifas em queda de -1,62% e que recuou pelo segundo mês seguido. Em 16 de abril, cessou a cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, no contexto da bandeira “Escassez Hídrica”.

A partir daí, passou a vigorar a bandeira verde, sem cobrança adicional na conta de luz. Contudo, houve reajuste tarifário na conta de energia elétrica de 17,14% em Campo Grande, a partir de 16 de abril. Ainda em habitação, destaca-se o recuo nos preços do gás de botijão (-3,73%), após a alta de 4,12% em abril. No lado das altas, destaque para mudança (4,27%), material hidráulico (3,37%) e sabão em pó (3,19%).

Inflação no grupo vestuário chega a 1,1%, mas o grupo tem peso menor no bolso

A inflação do IPCA no grupo de vestuário teve aumento de 1,1%, gerando impacto de 0,05% no índice. O subitem agasalho feminino teve o maior aumento do grupo (3,79%) seguido pelo aumento da calça comprida infantil (3,61%). Na outra ponta, a maior queda foi a do subitem tênis (-1,73%), acompanhado por blusa (-1,85%).

Inflação no grupo das despesas Pessoais volta a subir em Campo Grande

Cálculos do IBGE demonstram que a variação mensal do grupo “despesas pessoais” foi influenciada pelo aumento nos subitens depilação (3,51%), cabeleireiro e barbeiro (1,54%) e manicure (1,44%). No lado das quedas, destacam-se os subitens pacote turístico (-1,94%) e serviço de higiene para animais (-1,52%).

Já o grupo dos “artigos de residência” apresentou aumento de 0,44% na capital sul-mato-grossense. As maiores variações vieram dos subitens móvel infantil (3,51%) e móvel para copa e cozinha (3,23%). No lado das baixas, destacam-se os seguintes subitens: máquina de lavar roupa (-2,67%) e televisor (-1,52%).

No grupo da educação, a variação teve uma queda no mês de maio, mas de apenas 0,01%. Nesse mês, o subitem autoescola (5,74%) apresentou a maior alta. No lado das quedas, os destaques foram artigos de papelaria (-1,54%) e caderno (-2,91%).

O grupo da comunicação apresentou variação mensal de 0,32% em Campo Grande. Na capital, observou-se um aumento em relação ao mês anterior (0,11%). O maior impacto para esse grupo é resultante do subitem TV por assinatura, que apresentou variação de 4%.

Confira a inflação do IPCA no mês e a acumulada do ano

Conteúdos relacionados