Papai Noel ‘sumiu’ e nem pagamento do 13º anima o comércio da Capital

Consumidores preferem pagar contas ou poupar

Faltando 20 dias do Natal, data mais aquecida para o comércio, consumidores que já receberam a primeira parcela do 13º preferem pagar contas a fazer compras. O resultado é que os lojistas perceberam aumento tímido do movimento. Andando pelas ruas do centro, percebe-se que muitos estabelecimento da região central de Campo Grande ainda não decoraram as vitrines com motivos natalinos e os que enfeitaram as lojas, não fizeram grande produção.

Apesar de parte dos trabalhadores terem recebido o 13º salário, seja integral ou a primeira parcela, muitos estabelecimentos não perceberam aumento do movimento no dia 1º de dezembro. Na loja Damyler, o gerente Rodolfo Gomes espera que no final de semana o cenário mude.

“Já gastei tudo”, conta a balconista Fabrícia Santos de 24 anos, mas explica que é porque começou a trabalhar há poucos meses e recebeu uma pequena quantidade.

Há quem destine o dinheiro para pagar contas. É o caso da psicóloga Andressa Gomes, de 28 anos. “Tenho contas e prestações de roupas que comprei”. A estudante e aprendiz Tandara Trabulsi, de 18 anos usou a primeira parcela para pagar a faculdade. “Ainda não sei o que vou fazer com a segunda parcela”, relata, mas afirma que não vai comprar presentes pois é de outro estado e não vai viajar para passar as festas com a família.

Ainda que o comportamento geral do consumidor seja tímido, algumas lojas perceberam um pequeno aquecimento nestes dois primeiros dias do mês. A loja de roupas infantis Cantinho do Bebê registrou uma visitação um pouco maior que o normal, segundo a funcionária Izilda Luiza Borges, de 52 anos. “Ontem (1) o movimento foi bom, hoje (2) não. Vamos esperar. Está difícil pra todo mundo”, observa.

Para o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) Hermas Renan Rodrigues, o panorama é esperado. “Nossa expectativa é positiva em relação ao ano passado, mas não em relação ao decorrer do ano. De acordo com o que observamos, as vendas no comércio vão ficar aquém do que esperávamos”, relata.

Segundo Hermas, o índice de confiança do empresário aumentou, mas não o suficiente para fazer muitos investimentos. “No ano passado não se falou em contratações. Este ano houve, mas foi pouco. São movimentos positivos, mas tímidos”, declara.

Muitos dos lojistas contrataram apenas 1 funcionário a mais para complementar o quadro para as vendas de dezembro e esperam os primeiros 10 dias do mês para verificar se haverá necessidade de mais contratações.

Apesar das dificuldades apontadas por consumidores e empresários, o presidente da CDL aponta que a leve melhora sentida em relação a 2015 possa se estender. “Estamos conscientes que a melhora vai ser prorrogada para ano que vem. Estamos vendo recursos por parte do Governo, o que é uma boa alavancagem, pois cria emprego e renda.