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Cotidiano

Veneno? Arsênio tem aplicação industrial, agrícola e médica de forma legalizada

Semimetal conhecido por sua toxicidade foi utilizado em crimes recentes em São Paulo e no Rio Grande do Sul
Osvaldo Sato -
Arsênio é elemento número 33 da tabela periódica. (Foto: Chemical Risk)

A recente tragédia da adolescente que morreu após comer um bolo de pote envenenado com arsênio por uma “amiga”, na cidade de Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de , trouxe consigo indagações sobre quando e como a substância deve ou pode ser utilizada de forma legal. Afinal, para que serve essa substância além de ser um veneno? Quem a manuseia e como é feita a fiscalização?

O arsênio, conhecido por sua letalidade, possui diversas aplicações legítimas e regulamentadas. Flávio Eduardo Almeida, superintendente do Conselho Regional de Química – 20ª Região, explica que a substância “pode ser encontrada em quatro formas comerciais básicas: em pó, líquida (utilizada, por exemplo, na irrigação da cana-de-açúcar), gasosa e em formulações específicas que chegam até a ser utilizadas em tratamentos quimioterápicos”.

“Os profissionais habilitados para o manuseio do arsênio variam conforme o contexto de uso. Engenheiros químicos e agrônomos são os principais responsáveis pela manipulação dessa substância, especialmente nas aplicações industriais e agrícolas. No entanto, também é comum a atuação de farmacêuticos e médicos”, explica Almeida.

Longe da esfera criminal, o arsênio tem um papel em setores como a medicina, indústria e . Na medicina, por exemplo, o trióxido de arsênio é uma medicação aprovada pela para o tratamento da LPA (leucemia promielocítica aguda), um tipo de câncer do sangue, com eficácia comprovada.

Na indústria eletrônica, o GaAs (arseneto de gálio) é um semicondutor crucial para a fabricação de LEDs, lasers, células solares e circuitos integrados. É também empregado na indústria de vidros como descolorante e clareador, e em algumas ligas metálicas, para melhorar propriedades como dureza e resistência à corrosão. Historicamente, também utilizou-se o arsênio como conservante de madeira e couro, embora essa aplicação venha sendo restrita por questões ambientais e de saúde.

O manuseio do arsênio requer conhecimento técnico especializado. Engenheiros químicos e agrônomos são os principais profissionais habilitados para lidar com a substância em aplicações industriais e agrícolas. No âmbito da saúde, farmacêuticos e médicos também atuam em contextos específicos, como na manipulação de medicamentos que contêm arsênio.

Fiscalização

A comercialização e o uso do arsênio são submetidos a um controle rigoroso por diversos órgãos públicos. A Polícia Federal e o Exército são responsáveis pelos aspectos de segurança e quantidade comercializada, enquanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Mapa (Ministério da Agricultura e ) atuam na definição de critérios técnicos e na fiscalização do uso da substância.

“A fiscalização e o controle da comercialização e do uso do arsênio são rigorosos e envolvem diferentes órgãos públicos, conforme a finalidade da substância. Quando se trata de aspectos ligados à segurança e à quantidade comercializada, a responsabilidade é da Polícia Federal e do Exército. No que se refere à formulação de uso, a competência é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Esses órgãos também definem os critérios técnicos e os profissionais habilitados para o controle de uso”, relata Almeida.

Segundo o Superintendente do Conselho Regional de Química, dados sobre a utilização do arsênio, como quantidades e aplicações, são de competência dos órgãos reguladores e variam conforme a aplicação e o controle de estoques.

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