Campo Grande registrou o quinto maior valor da cesta básica entre as capitais do país, segundo a pesquisa mensal do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Na capital, os produtos essenciais para alimentação custaram R$ 793,02 em junho, o que representa uma alta de 0,46% em relação ao mês anterior, quando o valor era de R$ 789,42.
Impulsionados pelo aumento nos preços do café e açúcar, os alimentos que compõem a cesta básica registraram uma variação de 2,94% no acumulado do ano e de 5,89% nos últimos 12 meses em Campo Grande. Com isso, um trabalhador que recebe um salário mínimo de R$ 1.518, atuando em jornada de 8 horas diárias no regime 6×1, precisa de 114 horas e 56 minutos de trabalho — o equivalente a cerca de 14 dias — apenas para adquirir a cesta básica na capital sul-mato-grossense.
Em comparação, a média nacional de tempo necessário para comprar os itens essenciais ficou em 107 horas e 10 minutos em junho. O índice é menor do que o registrado em maio, quando era de 107 horas e 41 minutos. Também inferior à média de junho de 2024, de 109 horas e 53 minutos.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido — isto é, descontados os 7,5% da contribuição à Previdência Social —, o trabalhador campo-grandense comprometeu, em média, 56,48% da renda apenas com os alimentos básicos em junho de 2025. O percentual supera a média nacional, de 52,66%. Além disso, em maio, esse comprometimento era de 52,92% no Brasil, enquanto em junho de 2024 a média ficou em 54,00%.
Queda em 11 capitais brasileiras
Em junho, o valor da cesta básica caiu em 11 das capitais analisadas. As maiores quedas foram observadas em Aracaju (-3,84%), Belém (-2,39%), Goiânia (-1,90%), São Paulo (-1,49%) e Natal (-1,25%). Por outro lado, as maiores altas ocorreram em Porto Alegre (1,50%) e Florianópolis (1,04%).
Além de Campo Grande, que ocupa o 5º lugar no ranking, entre as capitais com as cestas mais caras do país estão:
- São Paulo – R$ 882,76
- Florianópolis – R$ 867,83
- Rio de Janeiro – R$ 843,27
- Porto Alegre – R$ 831,37
Preço da batata teve queda em diferentes capitais
O preço do quilo da batata caiu em todas as capitais do Centro-Sul analisadas entre maio e junho de 2025. As reduções variaram entre -12,62%, em Belo Horizonte, e -0,51%, em Porto Alegre. No acumulado de 12 meses (junho de 2024 a junho de 2025), a batata também ficou mais barata em todas as 10 capitais pesquisadas, com destaque para Belo Horizonte (-48,20%) e Vitória (-34,95%). Conforme o Dieese, o aumento da oferta, devido à intensificação das colheitas de inverno, impulsionou a queda dos preços no varejo.
O arroz agulhinha também apresentou redução nas 17 capitais analisadas, com variações entre -9,52%, em Belém, e -0,82%, em Aracaju. No acumulado anual, as quedas ocorreram em todas as capitais, indo de -31,88%, em Vitória, a -9,42%, em São Paulo. O crescimento da área plantada sem correspondente aumento na demanda gerou excedente e pressionou os preços para baixo.
Já o óleo de soja teve queda de preço em 13 capitais entre maio e junho. As principais reduções ocorreram em Natal (-3,24%) e Belém (-2,97%). Em Goiânia, o valor ficou estável, enquanto quatro capitais, incluindo Curitiba (1,38%), João Pessoa (1,26%) e Brasília (0,53%), registraram alta. Em 12 meses, o produto ficou mais caro em todas as 17 capitais, com variações entre 18,17% (Natal) e 28,20% (Recife). A menor demanda interna, especialmente do setor de biodiesel, contribuiu para a retração pontual.
Campo Grande lidera alta no preço do açúcar
Entre todas as capitais, Campo Grande registrou a maior alta no preço do açúcar em junho, com aumento de 1,75%. No acumulado de 12 meses, porém, os preços caíram em 14 das 17 cidades, com destaque para Belém (-12,08%) e Natal (-11,42%). A maior oferta e a demanda enfraquecida explicam as quedas em boa parte do país.
Entre maio e junho, o açúcar recuou em 12 capitais, permaneceu estável em Recife e subiu em quatro. As maiores quedas ocorreram em Brasília (-5,43%), Vitória (-3,61%), Goiânia (-3,27%) e Belém (-3,15%).
Café ainda pesa no bolso do consumidor
O preço do leite integral caiu em 11 capitais no período, com destaque para Brasília (-2,31%) e Curitiba (-0,65%). Em Campo Grande, o leite também ficou mais barato no acumulado de 12 meses, com uma das maiores quedas do país: -7,99%. Apenas cinco capitais registraram alta nesse período, sendo a maior em Recife (8,93%). Conforme a pesquisa, a oferta ampliada no campo, a menor demanda e o aumento das importações de lácteos explicam o movimento de queda.
Já o café em pó ficou mais barato em nove capitais, com destaque para Curitiba (-3,94%), Aracaju (-3,82%) e Vitória (-3,53%). Em Campo Grande, houve aumento de 3,32%, um dos mais altos entre as cidades pesquisadas. No acumulado de 12 meses, o café teve alta em todas as capitais, com destaque para Fortaleza (80,52%) e Vitória (116,75%). A expectativa é de recuo nos preços com o avanço da colheita da safra 2025/2026.
Carne bovina cai em 10 capitais, mas sobe no acumulado
Apesar do controle da oferta por parte dos pecuaristas e do aumento das exportações, o preço da carne bovina de primeira caiu em 10 capitais entre maio e junho, com destaque para Belém (-2,83%) e Belo Horizonte (-0,27%). Outras sete capitais registraram aumento, sendo o maior em Porto Alegre (1,02%). No acumulado de 12 meses, os preços subiram em todas as cidades pesquisadas, variando entre 9,51%, em Aracaju, e 29,33%, em Fortaleza.
O tomate teve alta de preço em 10 capitais entre maio e junho, com destaque para Porto Alegre (16,90%) e Rio de Janeiro (0,29%). Em outras sete, o produto ficou mais barato, como em Aracaju (-21,43%). No acumulado de 12 meses, apenas Vitória (34,58%) apresentou aumento. Nas demais, houve quedas significativas, com destaque para Aracaju (-25,29%), Salvador (-19,72%) e Rio de Janeiro (-14,48%).
Salário mínimo ideal é R$ 7,4 mil
Para garantir o sustento adequado de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo ideal em junho de 2025 deveria ser de R$ 7.416,07, de acordo com cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor representa 4,89 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 1.518,00.
No mês anterior, maio de 2025, o valor estimado era ainda mais alto: R$ 7.528,56, o equivalente a 4,96 vezes o piso nacional. Já em junho do ano passado, 2024, o salário mínimo necessário para suprir as despesas básicas de uma família deveria ter sido de R$ 6.995,44. Ou seja, 4,95 vezes o valor vigente à época, que era de R$ 1.412,00.
O cálculo leva em consideração os custos com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme previsto na Constituição Federal.
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