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Cotidiano

Um dia após decisão liminar, Santa Casa ainda aguarda repasse de R$ 46 milhões

Hospital ainda não tem previsão de quando a quantia será repassada
Idaicy Solano -
Santa Casa passa por um momento difícil com leitos superlotados e falta de insumos (Divulgação, Santa Casa)

Um dia após decisão liminar que determina o repasse imediato de mais de R$ 46 milhões para a Santa Casa de Campo Grande, a unidade ainda aguarda pelo dinheiro, sem previsão de quando a quantia será repassada para o hospital. 

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A unidade de saúde, que é referência de tratamento para os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, passa por um momento difícil com leitos superlotados e falta de insumos para a realização de atendimentos e cirurgias. 

Ao Jornal Midiamax, o hospital destacou que ainda não há como mensurar o fim do estado de calamidade, e que a normalização dos atendimentos depende de um acordo entre a Santa Casa e as instituições públicas, incluindo as secretarias de saúde. 

“A Santa Casa já se manifestou repetidamente, por meio de documentos e reuniões, sobre as necessidades do hospital e segue aguardando uma resposta das autoridades públicas, tanto estaduais quanto municipais, para que possa restabelecer a normalidade nos recebimentos e pagamentos, cumprindo, assim, seus compromissos com fornecedores, prestadores de serviços e demais parceiros”, detalhou a unidade. 

Para que o hospital volte a operar em capacidade plena, a Santa Casa ressaltou que tudo depende de um equilíbrio “econômico-financeiro”, para garantir o pagamento em dia aos prestadores de serviços, fornecedores e também a chegada de materiais indispensáveis para reralizar o atendimento adequado aos pacientes.

“É importante destacar que o objetivo não é apenas o repasse pontual de recursos, mas sim o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato vigente, que apresenta um déficit mensal superior a R$ 13 milhões”, completou a instituição. 

Superlotação 

A Santa Casa de Campo Grande divulgou um ofício na manhã desta segunda-feira (24) pedindo para não serem mais encaminhados novos pacientes à unidade de saúde devido à superlotação do hospital.

O pedido foi encaminhado à Coordenadoria de Urgências, ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), à Central de Regulação Hospitalar, à Central de Regulação Estadual e à 32ª Promotoria de Justiça de Campo Grande.

Segundo o hospital, o setor de urgência e emergência é projetado para acomodar 13 leitos, mas encontra-se neste momento com mais de 80 pacientes internados, conforme os dados atualizados às 9h de hoje.

O cenário está gerando sobrecarga nos serviços prestados pela Santa Casa, principalmente em relação aos insumos, que se encontram em “situação crítica de escassez”, conforme divulgado no ofício.

Colapso na ala de ortopedia 

Um dia após pfócio alegando superlotação no setor de urgência e emergência, na terça-feira (25), os médicos do setor de ortopedia foram à polícia de Campo Grande afirmar que não há insumos para cirurgias e 70 pacientes correm risco de morte ou sequelas graves.

Conforme o boletim de ocorrência registrado, três médicos e um advogado estiveram na delegacia para registrar um B.O de preservação de direito, onde relatam falta de condições de trabalho. Segundo eles, no momento não existe nenhum material ortopédico disponível para a realização de cirurgias de urgência e emergência.

Unidades de saúde lotadas 

Pacientes que procuraram a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, na manhã desta segunda-feira (24), relatam ao Jornal Midiamax falta de atendimento, longas filas de espera e apenas dois médicos atendendo a população.

“Desde a hora que cheguei, às 6h, não chamaram ninguém. Somente para triagem. Enquanto isso, tem gente que está em pé, porque acabaram as cadeiras. Essa situação é desumana”, explicou leitor do Jornal Midiamax que preferiu não se identificar.

A secretaria municipal de saúde, Rosana Leite, informou que no último final de semana as unidades de saúde registraram o atendimento de quatro mil pacientes, volume maior do que o esperado.

Na Upa Coronel Antonino na manhã desta quarta-feira (26), mais de 20 pacientes em estado grave aguardavam uma vaga em hospital, e no local, havia macas nos corredores e pacientes relataram horas de espera.

Na unidade, a emergência e a ala amarela estão lotadas de pacientes em situação grave, sem previsão de transferência. Entre os casos mais graves, há pacientes com síndrome respiratória, fraturas, crises de vesícula e outros

Faltam leitos em MS 

Em Mato Grosso do Sul, existe apenas um leito em hospital para cada 607 pessoas. O número está bem longe do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. Conforme dados do Ministério da Saúde, são 6.690 leitos existentes em todo o Estado, dos quais 4.556 leitos são de atendimento público, via SUS.

Há anos, especialistas afirmam que o grande problema é a falta de hospital público municipal em Campo Grande, já que a demanda da Capital ‘disputa’ espaço com pacientes do interior na Santa Casa, Hospital Regional e Hospital Universitário. Assim, as unidades de saúde (UPAs e CRS) acabam sendo alternativas.

Prefeitura adota medidas emergenciais 

Devido ao aumento de atendimento nas unidades de saúde e a superlotação nas unidades de urgência e emergência, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), emitiu nota informando ‘medidas emergenciais’ que serão tomadas como resposta para evitar possível colapso na rede de saúde.

A secretaria justificou que o volume dos atendimentos é causado por fatores como o agravamento de doenças respiratórias, agravamento de quadros crônicos e aumento nos casos médicos de baixa complexidade, o que levou a prefeitura a agir com um Plano de Contingência. 

“O objetivo é reorganizar fluxos, ampliar os pontos de atendimento e garantir assistência eficiente, seguindo os protocolos de regulação estadual e municipal. Todos os pacientes serão encaminhados conforme a urgência do caso, visando o atendimento no local mais adequado”, diz a nota. 

Em relação aos pacientes com necessidades específicas da Santa Casa, como politrauma e neurocirurgia, estes serão mantidos no hospital. Já os demais casos serão atendidos conforme a capacidade das unidades de saúde, levando em consideração a lotação. 

“A Sesau está em diálogo constante com a Santa Casa e outras instituições para encontrar soluções que garantam a continuidade do atendimento hospitalar. A secretaria enfatiza que não há débitos pendentes, e todos os valores de repasse estão sendo cumpridos corretamente”, finaliza a nota. 

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