Após anos de espera, usuários do transporte coletivo de Campo Grande agora contam com um pouco mais de conforto em meio ao casos do transporte público da Capital. Nesta quarta-feira (9), a prefeitura entregou as obras de reforma dos terminais Nova Bahia e General Osório.
As intervenções fazem parte do maior pacote de requalificação já realizado nos terminais de transporte coletivo da Capital. Conforme a prefeitura, o objetivo é modernizar esses espaços com foco em mobilidade, acessibilidade, segurança e conforto para os mais de 129 mil usuários que circulam diariamente pelos terminais.
Há 14 anos trabalhando como ambulante no Terminal Nova Bahia, Pedro Celso, de 60 anos, acompanhou de perto a deterioração do local e comemora a transformação.
“O banheiro agora está limpinho, com torneiras funcionando, vasos novos. Eu trabalho aqui há 14 anos, mas nunca tinha visto isso. Tem até bebedouro com água gelada. Nunca teve água gelada aqui”, relata.
Outro ponto que Pedro considera positivo é a presença da Guarda Civil Metropolitana, que, segundo ele, ajudou a reduzir a violência e a desordem no local.
“Depois que colocaram os guardas, acabou a bagunça. Tinha briga toda sexta-feira, quebravam tudo, subiam para pichar o terminal. Agora tá mais tranquilo”, afirma. “Eu chego aqui às quatro da manhã e fico até meio-dia. Dá para ver que melhorou. Acho que uns 70%.”
Embora os banheiros tenham sido reformados e o terminal tenha ganhado um novo bebedouro, passageiros ainda apontam a falta de itens básicos, como a disponibilidade de copos descartáveis e papel higiênico.
Pacote de obras
Desde 2024, cinco terminais passaram por revitalização. As obras foram executadas pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e pela Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), com recursos próprios do Município.
“Essa foi a primeira vez que a Prefeitura promoveu uma transformação tão significativa nos terminais de ônibus da cidade. O objetivo é melhorar o dia a dia da população que utiliza o transporte público. Focamos em estruturas mais seguras, acessíveis e acolhedoras”, destacou a prefeita Adriane Lopes.
Paulo Silva, diretor da Agetran destaca que o projeto abrange a reforma de cinco dos oito terminais de ônibus da Capital, o que inclui o terminal General Osório, que estava há mais de 20 anos sem reformas.
“O processo licitatório já estava em andamento. Dois deles passariam por uma reforma completa, este aqui e o Terminal General Osório, que não recebia melhorias há mais de 20 anos. Estamos aqui para devolver à população um pouco da dignidade que ela merece — oferecendo um ambiente limpo, pintado, Bonito e organizado”, disse.
Ao longo dos últimos meses, os terminais passaram por uma série de melhorias, como pintura completa, reforma das redes elétrica e hidráulica, substituição de telhas e calhas, instalação de piso e mapas táteis, bicicletários, fechamento com gradis e construção de novas guaritas. Houve também a implantação de postos da Guarda Civil Metropolitana para garantir a segurança dos espaços.
Além disso, a prefeitura instalou um Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas, para aumentar a segurança de usuários e trabalhadores do transporte coletivo.
Parceria com entidades privadas
Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Papy, sugeriu que a Prefeitura invista em parcerias com a iniciativa privada como forma de modernizar os terminais de transbordo da Capital.
“Precisamos avançar na modernização por meio de parcerias público-privadas. Sabemos que, em muitas capitais do Brasil, manter um terminal exclusivamente com recursos públicos é uma tarefa difícil. A parceria com a iniciativa privada pode transformar esses espaços — gerando negócios, oportunidades e, acima de tudo, oferecendo mais qualidade para quem depende do transporte coletivo”, destacou.
Segundo o parlamentar, Campo Grande se aproxima da marca de um milhão de habitantes e precisa estar preparada, com políticas de mobilidade urbana sólidas, modernas e eficazes.
“Investir em terminais de transbordo não é despesa; é investimento direto na qualidade de vida das pessoas. O trânsito tem impactado fortemente a rotina da população e tem sido alvo de muitas críticas — críticas essas, muitas vezes, bem fundamentadas, como constatamos diariamente em contato com os cidadãos”, enfatizou.
Em resposta à sugestão do vereador Papy, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), afirmou que a cidade tem dado passos concretos rumo à modernização da mobilidade urbana, mas não descarta a possibilidade de firmar parcerias com a iniciativa privada.
“Nossa equipe técnica já estuda a viabilidade de estabelecer parcerias público-privadas para os terminais, porque precisamos de uma fiscalização mais eficaz e uma gestão mais moderna”, declarou a prefeita.
‘Precisamos que a população preserve os terminais’

No entanto, Adriane também fez um apelo à população para que ajude na preservação dos espaços públicos.
“Essa estrutura ficou mais de 15 anos sem passar por uma reforma. Agora, com a base da Guarda Civil Metropolitana instalada e o monitoramento sendo ampliado, estamos fazendo a nossa parte. Mas é importante que todos entendam que a conservação desses espaços também é responsabilidade dos usuários.”
A prefeita destacou ainda que a Prefeitura reformou os banheiros, realizou a pintura do local e reforçou a segurança.
“Isso é essencial, especialmente porque 70% dos usuários do transporte coletivo em Campo Grande são mulheres — e muitas já sofreram ou ainda sofrem violência dentro dos ônibus. Estamos avançando para oferecer um transporte público mais seguro e digno para todos”, concluiu.
Infestação de carrapatos revolta passageiros no terminal Guaicurus

Enquanto alguns terminais passam por reformas, a precariedade ainda salta aos olhos em outros pontos da cidade. Na terça-feira (8), um fato inusitado gerou revolta entre passageiros que passaram pelo Terminal Guaicurus, chão, bancos e paredes estavam infestados de carrapatos. Um bilhete deixado por um usuário alertava os demais sobre o risco.
Conforme relatos de leitores, o problema teria começado com a presença de um cachorro debilitado, doente e coberto de carrapatos, que permaneceu por algum tempo no terminal. “Tem muito, muito carrapato aqui no chão. Está perigoso para quem senta ou passa por aqui”, disse uma passageira.
Pouco depois, outros usuários informaram que o animal não estava mais no local — mas os carrapatos permaneciam. “Está cheio de carrapato, não tem nem como sentar”, afirmou outro passageiro.
Vale lembrar que o carrapato pode transmitir doenças graves, como a febre maculosa em humanos e outras zoonoses que afetam animais.
Em nota, a Agetran informou que irá realizar a dedetização do terminal para controlar a infestação.
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