Tatu-canastra ganha GPS para fornecer dados inéditos sobre o comportamento da espécie no Cerrado

Monitoramento foi implantado em fêmea adulta de 1,45 metro e 34 kg

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Tatu sendo examinada (Foto: ICAS).

Pela primeira vez na História a vida de tatus-canastra do Cerrado de Mato Grosso do Sul será acompanhada de perto, por meio de monitoramento via GPS. A novidade se tornou possível graças à captura de uma fêmea adulta realizada no PNMP (Parque Natural Municipal do Pombo), na cidade de Três Lagoas, a 320 km de Campo Grande. 

Com 34 quilos e medindo 1,45 metro, a fêmea adulta já era acompanhada desde 2022 por imagens, por meio de armadilhas fotográficas montadas pelo ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres). A entidade comanda o Projeto Tatu-canastra e monitora essa espécie no Pantanal desde 2010.

Agora, ela passou por exames médicos e teve um GPS implantado, para que forneça informações para pesquisas.

Importância do monitoramento

“O monitoramento com transmissores de GPS permitirá entender melhor a movimentação desse animal e o uso da paisagem tanto dentro quanto fora do parque, e identificar os corredores ecológicos que ligam o parque a fragmentos de mata nativa ao redor”, explicou Gabriel Massocato, coordenador do Projeto Tatu-canastra.

O GPS vai permitir ter informações detalhadas sobre deslocamentos noturnos, áreas de uso preferenciais e padrões comportamentais do animal. “Isso nos ajudará a dialogar com as comunidades locais sobre a importância de conservar áreas essenciais para a sobrevivência da espécie”, completou Massocato.

“Patinha” de tatu-fêmea monitorada (Foto: ICAS)

Considerado um ‘detetive ecológico’, o comportamento do tatu-canastra vai permitir “entender como a matriz agrícola impacta a movimentação da espécie e priorizar algumas áreas ao redor do parque para manter a conectividade do parque com outros fragmentos de mata nativa”, afirmou Arnaud Desbiez, presidente e fundador do ICAS.

Fêmea sendo examinada (Foto: ICAS).

Durante mais de dois anos, o Projeto Tatu-canastra trabalhou com 80 câmeras que registraram espécies raras como o cachorro-vinagre e outras ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e a onça-parda.

Exames e coletas

Além do monitoramento, o projeto inclui análises de saúde do tatu-canastra, como amostras biológicas para comparar padrões de saúde e ecológicos com os dados do Pantanal. 

Tatu Stacy, a gigante do Pantanal

Monitorada no Pantanal de MS, na região da Baía das Pedras, a fêmea adulta Stacy também é acompanhada pela equipe do ICAS. Desde 2021 a gigante de 1,50 metro, 32 kg e cerca de 7 anos de idade fornece informações importantes sobre a espécie na região da Nhecolândia.

O tatu-canastra

Segundo o ICAS, esses animais adultos cavam tocas e quebram cupinzeiros, duros como concreto, em cinco minutos. Para fazer isso, eles precisam de ‘ferramentas’ especiais, como suas garras que podem chegar a 20 cm de comprimento, mais do que as de um urso polar.

Os adultos podem pesar entre 28 e 60 quilos, dependendo do bioma, e medir até 1,5 metro de comprimento, incluindo a cauda. Uma das características mais impressionantes é sua garra dianteira, sendo ideal para cavar tocas e procurar alimentos.

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