Sem parquímetros, estacionar no centro de Campo Grande custa até R$ 12 por hora
Vagas das ruas são ocupadas por uma mesma pessoa por várias horas do dia
Taís Wölfert –
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Protagonista na reclamação de lojistas, estacionar no centro de Campo Grande não é fácil. Com o fim do estacionamento rotativo, em 2022, a disponibilidade de vagas em vias públicas diminuiu consideravelmente. Assim, consumidores acabam recorrendo aos estacionamentos privativos, cujo preço da hora cheia pode chegar a R$ 12.
Os preços mais baixos encontrados em uma ronda feita pelo Jornal Midiamax no centro da capital foi de R$ 5 para carros e R$ 3 para moto. Os estacionamentos para motos apresentam menos variação de valor, sendo o mais alto de R$ 6.
Já para carros, enquanto alguns locais cobram R$ 6 a cada 30 minutos, outros cobram esse valor pela hora cheia, ou seja, R$ 12. Nos que possuem um valor à parte para hora adicional, ele variou entre R$ 2 e 5.
A situação mostra a diferença de preços entre o que era cobrado no antigo sistema de estacionamento rotativo, que foi executado pela Flex Park (Metropark) até 2022. Na época, o preço cobrado era de R$ 2,75 a hora.
Conforme a Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento), 607 inscrições municipais ativas que possuem em seu descritivo do objeto social, o CNAE da atividade de “Estacionamento de Veículos”. Dessas 607 inscrições, 144 se encontram na área central de Campo Grande. Contudo, o número de vagas é desconhecido.
Ainda assim, segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), o contrato com a FlexPark apontava demarcação de 2.500 vagas disponíveis. Mas com a Lei nº 7.234/2024, a Agência de Regulação permite a exploração de até 6.200 vagas. Sendo, 2% do total destinadas a PCDs (Pessoas com Deficiência) e 5% para idosos.
Rotativo
Sem o estacionamento rotativo no centro, comerciantes acreditam que há consequências disso para as vendas. A gerente de vendas de uma loja de cosméticos, Sirlei Mariotti, conta que quem vai fazer compras na loja e quer parar bem na frente do local acaba recebendo multa, pois é ponto de embarque e desembarque.
“Esse calorão aqui de Campo Grande, as pessoas não gostam de ficar andando, largar lá no estacionamento e vir até o centro. Então, tem muita gente que deixou de vir aqui. Vai em shopping, em loja no bairro, por causa do estacionamento, virou um transtorno das pessoas”.
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Para Sirlei, uma das formas de melhorar a situação é a volta do estacionamento rotativo. “Tem que ser um rotativo, porque se largar o estacionamento livre, as pessoas também abusam. Larga ali, não vai embora, fica o dia inteiro. Então, tem que ser cobrado como era antigamente”.
Soluções?
Uma ótica na Rua 14 de Julho buscou uma solução para tentar driblar a queda no movimento. “A forma de atrair o cliente para a gente é estar fornecendo estacionamento grátis para eles. A gente convida o cliente, fala que tem um convênio, passa o endereço para poder ter onde estacionar e fazer com que esse cliente se sinta à vontade de vir aqui para o centro para comprar com a gente”, explica a gerente comercial, Jeisy Azuaga.
A dona de um estacionamento privativo, Maria Oliveira, conta que o movimento no centro está caindo cada vez mais. “Não abrimos mais aos sábados, não tem movimento. Muitas lojas pararam de abrir, ninguém vem mais para o centro. O movimento de novembro e dezembro foi fraquíssimo”. O local cobra R$ 5,00 até meia hora, e o dia inteiro é R$ 25,00.
O local atende mais pessoas que pagam mensal, com carros que chegam por volta das 8h e saem depois das 17h. Para motos, o valor mensal é R$ 70 e para carros varia entre R$ 150 e R$ 170, pois depende do tipo de carro.
“Tem algumas pessoas que chegam de madrugada para poder pegar a vaga, para ficar o dia inteiro. Então, as pessoas começam a procurar estacionamento, onde é mais em conta para eles”, explica Maria.
Vagas
Jeisy observa o mesmo que Maria quanto às vagas. “Aqui, o grande problema também é que por conta de ter acabado o rotativo, funcionários do centro acabam estacionando os carros onde deveriam ser disponibilizados para os clientes estacionar”.
O tipo de situação chama a atenção para outro fator: a empatia. Afonso Lopes é supervisor de gestão e tem mais de 60 anos, o que o caracteriza como idoso, mas ao chegar no centro para buscar um familiar as vagas estavam todas ocupadas. “Não tem lugar pra parar. O pessoal das lojas vem e solta o carro aqui e sai”, reclama Afonso.
O vendedor de uma loja de acessórios para celular, Victor Hugo, conta que a população costuma levar multa no local. “O povo leva bastante multa porque ali é lugar de embarque e desembarque. Chega um pessoal ali, estaciona rapidinho, vem comprar alguma coisa aqui, aí o guardinha passa e já dá multa”.
Quando questionada a respeito das situações que acontecem no estacionamento do centro da cidade, a Agetran (Agência Municipal de Transporte) informa que realiza, com frequência, ações para cumprimento das normas.
Confira a nota na íntegra:
“Agetran reitera o compromisso com a organização e segurança no trânsito, destacando que a equipe de fiscalização realiza, regularmente, ações de controle para garantir o cumprimento das normas, como a verificação de veículos estacionados em locais destinados ao embarque e desembarque, bem como em vagas reservadas para idosos. Informa também que estão em andamento os estudos para o retorno do serviço de estacionamento regulamentado, com a deflagração de um novo processo licitatório.
A Agetran permanece empenhada em promover um trânsito mais seguro e acessível para todos“.
Flexpark
Em 2022, a Prefeitura de Campo Grande optou por não renovar o contrato com a empresa Flexpark. A empresa foi responsável pelo estacionamento rotativo no centro da cidade durante 20 anos. As marcações das vagas continuam nos locais.
Os campo-grandenses ainda aguardam o retorno de um estacionamento rotativo. Está prevista a abertura de um novo edital para licitação do serviço e também sua ampliação para abranger mais ruas do centro da cidade.
Em nota, a Agetran informou que está realizando análises técnicas para viabilizar a operacionalização do contrato do estacionamento rotativo. Além disso, está prevista uma expansão que será planejada em conformidade com o PDTMU (Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Campo Grande). A previsão é de que os estudos sejam concluídos até o final de fevereiro e, em seguida, encaminhados à SELC (Secretaria Especial de Licitações e Contratos), responsável pelos trâmites do novo processo licitatório.
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