Após o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, ser morto por uma onça-pintada no pantanal sul-mato-grossense, na região conhecida como Pantanal do Touro Morto, levantou-se a discussão do que pode favorecer situações de risco envolvendo o felino.
Para explicar estas condições, conversamos com Diego Viana, pesquisador pantaneiro que aborda a coexistência entre onças e humanos. Conforme o especialista, ataques de grandes felinos contra seres humanos são raros, mas podem acontecer.
Isso porque as onças-pintadas e as onças-pardas são predadores silvestres, com comportamento instintivo e territorial. Por não serem animais domesticados, qualquer interação com eles exige cautela e respeito.
“Ataques assim não são comuns, porém o fato de serem raros não elimina o risco. É por isso que toda presença humana em áreas com grandes predadores deve considerar medidas de precaução”, explica.
“É fundamental lembrar: onças não são animais domésticos. São carnívoros silvestres com instintos de caça e defesa. Por isso, toda interação, direta ou indireta, carrega um risco que precisa ser considerado e gerenciado”, frisa.
Diego explica que são diversos os fatores naturais e antrópicos que podem influenciar o risco de um ataque.
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Fatores naturais:
- Defesa de filhotes, especialmente por fêmeas;
- Proteção de presas abatidas, quando o animal está se alimentando;
- Período reprodutivo (cio), com aumento da movimentação e reatividade;
- Encontros surpresa a curta distância, muitas vezes em áreas de vegetação fechada.
Fatores antrópicos:
- Presença de cães soltos, que podem acuá-las e gerar reação defensiva;
- Caça ilegal, que altera o comportamento e pode ferir os felinos;
- Prática ilegal da ceva, que condiciona os animais a buscar comida próxima de humanos;
- Descarte inadequado de restos de comida ou carcaças de peixes, bovinos, ovinos, que podem atrair grandes felinos para áreas de uso humano.
Como prevenir situações de risco?
Conforme o pesquisador, além da informação, existem ferramentas concretas que ajudam a reduzir a vulnerabilidade de pessoas e animais domésticos em áreas de coexistência com grandes felinos, como:
- cercas elétricas, protegendo currais, quintais e áreas de pesca;
- repelentes luminosos (Foxlights) e repelentes olfativos;
- educação ambiental contínua, voltada ao reconhecimento de comportamentos de risco e atitudes preventivas;
- manejo adequado de resíduos e carcaças;
- uso responsável de cães em áreas silvestres.
“Também é essencial que instituições públicas apoiem e facilitem o acesso a essas estratégias, promovendo políticas públicas, incentivos e apoio técnico à população rural e ribeirinha”, conclui.
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