A Santa Casa de Campo Grande inaugurou nesta quinta-feira (10) o Centro Histórico e Cultural, com acervo de 108 anos de criação. Com isto, a direção pretende aprovar, ainda neste ano, uma cláusula pétrea — que é um dispositivo da Constituição Federal que não pode ser alterado, nem mesmo por meio de emendas constitucionais — para preservação da história da entidade filantrópica de Mato Grosso do Sul. Pesquisas inéditas compõem todo este trabalho.
O novo espaço deve ser incrementado com os novos livros, a serem inaugurados em breve. Durante o discurso na solenidade desta quinta-feira (10), a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, fez uma referência analógica sobre mães que tiveram os filhos trocados na maternidade, de quando o amor entre criança e a mãe de criação é cultivado sem o elo de sangue.
“Ninguém quer abrir mão do amor que cultivou. Na história que contei aqui, cada mãe fica com o amor daquele filho que cultivou. Eu trago esta história para chamar a atenção e dizer que ninguém ama aquilo que não conhece. Neste caso, a mãe fica com aquele que cultivou. É por isso que devemos cultivar o amor por essa instituição”, disse.
Lima continua ressaltando que a cultura dos orientais é de representar um membro da família para continuar as tradições entre gerações, enquanto os ocidentais teriam a “cultura do descarte”. Sendo assim, ela adianta que a direção pretende criar uma cláusula que deixará o acervo do Centro Histórico “intocável”, perpetuando a preservação.
“A Santa Casa tem a ala particular e filantrópica. Isso comprova o quanto o hospital salva vidas e o quanto todos nós (funcionários) estamos aqui por meio amor, mesmo em meio a falácias sobre o hospital”.

Pesquisas inéditas
Para Heitor Rodrigues Freire, coordenador do novo espaço, a inauguração é a concretização de um sonho acalentado há anos. “A história é testemunha do passado, vida e memória. Isto aqui é continuidade de um trabalho iniciado em 2017, quando inauguramos livro centenário da Santa Casa. Tivemos a criação do conselho histórico e, esse ano, teremos o livro que registrará a história da enfermagem“.
Vários campo-grandenses e pacientes encaminhados do interior do Estado levam uma memória sobre a Santa Casa, seja de dor a superação. No próximo livro, o setor de enfermagem será homenageado. “Não desmerecendo os médicos, mas a enfermagem merece essa homenagem, acompanham pacientes 24h por dia. O livro será construído graças a uma pesquisadora que ajudou a descobrir a história da Santa Casa. Inclusive, o livro tem depoimentos emocionantes de duas irmãs do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora que trabalharam no hospital”.
João Carlos Marchezan, diretor de negócios e relacionamentos da Santa Casa, diz que o Centro Histórico resguarda a história de um espaço que é “pura história”.
“A história precisa ser valorizada porque tudo está dentro dela. Se tem uma coisa que abarca tudo da Santa Casa, desde o Pronto Socorro ao Centro Cirúrgico, é a história. Fomos negligenciados por um momento, mas hoje não mais”.
Um padre esteve presente na solenidade e realizou bênçãos no novo espaço, que está localizado na Rua Eduardo Santos Pereira, 88, com acesso pela porta de vidro.
Centro Histórico reúne materiais e equipamentos antigos, utilizados tanto na área da saúde quanto na administração do hospital. Essa coleção oferece ao público a oportunidade de mergulhar no legado de inovação e cuidado que caracterizam o maior hospital do Estado.

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