A Santa Casa de Campo Grande, principal hospital de Mato Grosso do Sul, enfrenta uma crise financeira alarmante, conforme um estudo apresentado pela própria instituição. Os dados revelam que o hospital atua com um déficit milionário.
De acordo com o estudo, a receita total mensal da Santa Casa é de aproximadamente R$ 31,96 milhões, o que resulta em um total anual de R$ 383,57 milhões.
Dentro desse montante, destacam-se os incentivos financeiros, com destaque para o incentivo genérico de R$ 16,17 milhões mensais (R$ 193,99 milhões anuais), e o incentivo específico de R$ 3,92 milhões mensais (R$ 47,06 milhões anuais).
Além disso, a receita proveniente do SUS, tanto do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) quanto do Sistema de Internações Hospitalares (SIH), soma R$ 11,88 milhões mensais (R$ 142,53 milhões anuais).
No entanto, os custos fixos e variáveis da instituição superam a receita, alcançando um valor de R$ 45,20 milhões por mês (R$ 542,44 milhões anuais).
Como resultado, a Santa Casa apresenta um déficit líquido significativo de R$ 13,23 milhões mensais, o que equivale a R$ 158,85 milhões anuais.
Audiência Pública debate crise
Diante desse cenário de dificuldades financeiras, a Santa Casa de Campo Grande buscar soluções de forma urgente. Nesta segunda-feira (17), é realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para discutir a crise dos Hospitais Filantrópicos, com foco nas dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Campo Grande.
A audiência, marcada para as 14h no Plenário Júlio Maia, tem como objetivo reunir autoridades, especialistas e representantes de entidades do setor para debater o panorama financeiro dos hospitais filantrópicos do estado e propor soluções.
A iniciativa é do deputado Pedro Pedrossian Neto (PSD), coordenador da Frente Parlamentar de Defesa das Santas Casas e Filantrópicos, que busca, por meio desse debate, melhorar a gestão e o atendimento nas unidades de saúde.
Santa Casa confirma déficit
“Consta que tem havido grande déficit mensal para operacionalização da Santa Casa (algo em torno de R$ 13 milhões de reais/mês)”, citou o Hospital ao Jornal Midiamax.
Conforme Estudo de Viabilidade para Contratualização da Santa Casa, a média mensal de custo de operacionalização da Santa Casa gira em torno de R$ 45,2 milhões, enquanto o faturamento é de R$ 31,9 milhões (restando o déficit de R$ 13 milhões).
“Em resposta às questões levantadas no inquérito civil, a Santa Casa de Campo Grande reconhece as dificuldades enfrentadas atualmente, incluindo o desabastecimento de medicamentos e insumos, bem como atrasos nos pagamentos. É crucial esclarecer as causas subjacentes a esses problemas”, diz o hospital à reportagem.
Segundo a Santa Casa, não há reajuste financeiro desde 2022, o que ocasionou desequilíbrio econômico-financeiro e a crise atual. O documento de contratualização com a prefeitura de Campo Grande venceu em meados de 2024 e, desde então, há uma negociação para a elaboração de um novo documento.
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