A morte por afogamento de um menino de 6 anos, em um balneário de Bonito, cidade a 260 quilômetros de Campo Grande, durante a tarde de terça-feira (31), gerou revolta entre profissionais de salvamento aquático. Isso porque muitos alegam, nas redes sociais, que é comum as empresas de turismo contratarem salva-vidas inexperientes e sem equipamentos adequados para resgates.
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De modo geral, acredita-se que, se houvesse valorização dos profissionais aptos para o trabalho, tragédias como essa seriam evitadas.
“Infelizmente essa profissão não é valorizada. Ser guarda-vidas tem que se preparar para atuar. Tem que ter curso de salvamento aquático e primeiros socorros, no mínimo. Outro ponto principal é que esse profissional não tem que desempenhar outras funções além de cuidar dos banhistas em rios, lagos ou piscinas. Guarda-vidas não tem que estar equipando pessoas em caiaque, stand up ou exercendo outras funções”, desabafou um profissional de salvamento, que atua no ramo há mais de 10 anos em Bonito.
Outras manifestações
Concordando com o apontamento, outro profissional afirmou que trabalha como salva-vidas no município há 6 anos. Para ele, acidentes como este são resultados de desvalorização da profissão.
“Posso afirmar que muitos passeios da cidade colocam pessoal totalmente desqualificado na beira dos rios e lagos com camisa de guarda-vidas por não aceitarem pagar o valor de um profissional qualificado e devidamente cadastrado para atuar. Essa é uma profissão de muita responsabilidade e pouco valorizada por diversos passeios famosos da região”, acrescenta.
Uma turista que estava no local no momento do acidente afirma que o salva-vidas estava distraído e foram os banhistas que passaram a gritá-lo para que tentasse reanimar o menino.
“O guarda-vidas não sabia fazer reanimação. Uma criança que achou ele boiando. Minha amiga começou a gritar para ele prestar atenção porque nem ele tinha visto”, afirma.
Procurado pela reportagem, o balneário afirmou que “todos os guarda-vidas são certificados pelo corpo de bombeiros. O atrativo conta com todas as certificações e licenças para operação. Nossa equipe está muito abalada com essa fatalidade, pois é algo que nunca ocorreu no atrativo”.
Nota de pesar
Na manhã desta quarta-feira (1°), o balneário publicou uma nota de pesar. Leia na íntegra:
“É com profundo pesar que a Praia da Figueira comunica um acidente ocorrido em nossas dependências, prestado socorro no local, acionado o Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital, infelizmente o menor veio a óbito.
Estamos devastados com o ocorrido e, desde o momento do acidente, estamos dando todo o suporte necessário à família, além de colaborar integralmente com as autoridades para esclarecer os fatos. Nosso compromisso sempre foi com a segurança e o bem-estar de nossos visitantes.
Prestamos nossas mais sinceras condolências à família e amigos neste momento tão difícil. Estamos de luto e solidários com todos que compartilham essa imensa dor”.
Entenda o caso
Um menino de seis anos morreu afogado em um balneário de Bonito, cidade a 260 quilômetros de Campo Grande, durante a tarde de terça-feira (31). Conforme apurado, a criança se afogou em uma área parcialmente rasa, próximo ao tobogã.
A família da criança é de Dourados e passava o final de ano na cidade turística. No local, o garoto foi socorrido por guarda-vidas, três médicos que lá estavam e posteriormente pelo Corpo de Bombeiros. Foi feito a reanimação do menino no local e depois pelos militares que o encaminharam ao hospital da cidade, porém ele faleceu.
Ainda de acordo com informações, o garotinho estaria com o pai, porém, em um pequeno intervalo de distração, de um pouco mais de um minuto, ele foi encontrado boiando.
O menino então foi socorrido e submetido a reanimação até ao hospital, onde foi constatado o óbito. Conforme o Corpo de Bombeiros, foram mais de 1h30 de tentativa de reanimá-lo. Além dos pais, a criança também estava com um irmão e uma irmã. A família está muito abalada. O caso é registro na delegacia da cidade.
*Matéria atualizada às 11h18, para acréscimo de nota do balneário.
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