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Cotidiano Economia

Produção de milho e celulose impulsionam Mato Grosso do Sul rumo à recuperação em 2025

Em 2025, o PIB de Mato Grosso do Sul deve crescer 4,2%, após retração de -0,7%
Lethycia Anjos -
eldorado brasil
MS tem recebido investimentos de empresas do setor privado. (Divulgação, Eldorado Brasil)

Um documento elaborado pelo Banco do Brasil sobre as perspectivas econômicas para 2025, apontam um cenário macroeconômico desafiador no Brasil, com política monetária restritiva, câmbio depreciado e inflação acima da meta. Apesar disso, em , as estimativas apontam um PIB 4,2% maior que em 2024.

Em contrapartida, nos Estados Unidos, a economia segue sólida, com crescimento de empregos e salários, indicando baixo risco de recessão, enquanto na Europa e na China há sinais de recuperação econômica. Além disso, uma possível escalada na guerra comercial entre EUA e China pode aumentar a demanda por produtos brasileiros, especialmente em relação aos produtos primários, e beneficiar essas localidades.

Levantamento Banco do Brasil
Levantamento Banco do Brasil (Divulgação)

No Brasil, espera-se a desaceleração do PIB, com crescimento projetado de 2,2% em 2025, frente aos 3,5% de 2024. As regiões Centro-Oeste, Sul e Norte devem liderar o crescimento, impulsionadas pelo , enquanto Nordeste e Sudeste apresentam menor desempenho. A taxa de câmbio deve atingir R$/US$ 6,00 no final de 2025, refletindo fatores externos e desafios fiscais internos. No entanto, o mercado de trabalho, embora aquecido em 2024, pode sofrer impactos negativos devido às condições

Perspectivas em Mato Grosso do Sul

O documento analisa o cenário econômico brasileiro e global, destacando projeções para 2025, com ênfase em agricultura, indústria, comércio e serviços. No contexto de Mato Grosso do Sul, os principais pontos incluem agricultura, indústria, comércio e serviços.

Em 2024, Mato Grosso do Sul passou por uma retração econômica significativa, com o PIB revisado de -0,3% para -0,7%, impactado principalmente pelo retorno de -13,1% no setor agropecuário, o que colocou o Estado na última posição em termos de crescimento econômico no país.

Entretanto, para 2025, as perspectivas são muito mais otimistas. O PIB projetado para o estado é de 4,2%, o maior crescimento entre os estados brasileiros. Esse avanço será impulsionado principalmente pela agropecuária, com um crescimento projetado de 11,7%, seguido pela indústria (3,0%) e pelos serviços (2,2%, com alta de 0,5% em relação a 2024).

No cenário geral, considerando todas as atividade econômicas, o PIB projetado para MS em 2025 é de 4,2%, 4,9% a mais do que em 2024.

Agricultura

Apesar de uma nacional recorde projetada para 2025, com crescimento na produção de soja e milho, Mato Grosso do Sul deve enfrentar desafios econômicos devido ao desempenho agrícola de 2024, fortemente afetada pelas mudanças climáticas.

Entre as commodities produzidos em MS, a produção de milho deve apresentar uma recuperação em 2025, com expansão projetada de 1,7%, após uma queda de 11,9% na safra anterior, impulsionada principalmente pela melhoria na produtividade da 1ª safra (9,3%).

Mato Grosso do Sul lidera as estimativas de crescimento, com um aumento significativo de 32,9%, seguido por Rio Grande do Sul (20,8%) e Rondônia (22,4%). Nesse setor destaca-se também a produção de soja.

Levantamento Banco do Brasil
Levantamento Banco do Brasil (Divulgação)

Indústria

O estado é relatado como uma das regiões que se beneficiará de investimentos inovadores na indústria de papel e celulose, setor que prevê expansão até 2028, com abertura de novas fábricas e melhorias em infraestrutura logística.

Em 2025, a indústria alimentícia, devido à sua menor sensibilidade à política monetária, apresenta perspectivas positivas, com grande relevância no Centro-Oeste e Sul do Brasil.

Além disso, a indústria de papel e celulose planeja investimentos de R$ 105 bilhões até 2028, incluindo a abertura de novas fábricas, expansão de fábricas existentes e melhorias em infraestrutura logística. Esses investimentos trazem boas expectativas regionais, com destaque para Mato Grosso do Sul, e Rio Grande do Sul como principais polos beneficiados.

Comércio e Serviços

Levantamento Banco do Brasil
Levantamento Banco do Brasil (Divulgação)

Em outubro, o setor de serviços registrou um crescimento de 1,1%, mantendo a trajetória de alta observada no mês anterior. No mesmo período, as vendas no comércio varejista também tiveram aumento, embora de forma mais moderada, alcançando um aumento de 0,4%.

Já a economia de Mato Grosso do Sul, vinculada ao agronegócio, tende a manter crescimento positivo em 2025, especialmente em atividades de transporte e armazenamento relacionadas à agroindústria, apesar do impacto de uma política monetária mais restritiva.

Desempenho econômico geral

No Centro-Oeste, onde está situado Mato Grosso do Sul, economia está fortemente ligada à agropecuária. Assim, espera-se que os reflexos positivos desse setor impulsionem a economia. Esse impacto estará especialmente evidente no setor de serviços, com destaque para os segmentos de transporte, armazenamento e transbordo, diretamente relacionados à agroindústria.

Embora a análise reforça o papel estratégico do Estado no setor agroindustrial, também alerta para os desafios decorrentes de sua dependência agrícola. Diante disso, o levantamento indica maiores crescimentos no setor de serviços nas regiões Norte e Centro-Oeste. No Sudeste, estima-se um menor crescimento devido ao baixo desempenho esperado de São Paulo e .

A incorporação dos dados mais recentes das pesquisas mensais sobre indústria, comércio e serviços elaborados pelo BB, confirmou a trajetória de crescimento na maioria dos estados. Mato Grosso do Sul, no entanto, apresenta uma exceção, com a retração na produção agrícola despontando como o principal fator para a queda na atividade.

“Os dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do terceiro trimestre trouxeram uma revisão significativa na série de dados do PIB Agropecuário do ano anterior, que passou a contemplar um crescimento mais elevado nos primeiros trimestres deste ano. Incorporando essa informação ao conjunto de dados mais recentes da safra e da produção pecuária, passamos contemplar um recuo de 2,5% no PIB Agropecuário em 2024, ante queda de 1,0% no cenário anterior. Nas regiões, a alteração é percebida de forma mais significativa no Norte e Centro-Oeste”, destaca o levantamento.

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