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Cotidiano

Perigo oculto: infecções em dedos e unhas geram alerta a médicos e profissionais de estética

Contaminações pelas unhas podem resultar até mesmo em amputações
Aline Machado -
Imagem ilustrativa - Apesar de bonitas, unhas podem esconder perigos à saúde (Foto: banco de imagens Freepik)

Retirar cutículas, esmaltar, alongar, fazer unhas de gel, acrílico, fibras de vidro, ou colar unhas postiças — esses são alguns dos cuidados estéticos mais solicitados nos espaços de beleza, e responsáveis pelo sustento de muitas famílias. Contudo, enquanto as mulheres estão em busca da melhor aparência das unhas, existem cuidados fundamentais para que os procedimentos realizados não desencadeiem os perigos invisíveis – até se tornarem problema de saúde.

Exemplo disso é o caso de uma moradora de Goiania, contaminada por uma bactéria ao fazer as unhas em um localizado em . Devido à infecção, ela passou por quatro cirurgias no polegar e realizou 77 sessões de fisioterapia, mas ainda assim, perdeu a mobilidade do dedo.

Segundo relato de Marise à imprensa, a profissional que a atendeu foi cuidadosa, no entanto, a suspeita é de que a bactéria tenha sido transmitida por uma lixa de unhas, utilizada no salão. “Ao lixar a unha, que é muito grudada na pele, ela acabou fazendo um ferimento embaixo”, disse a mulher.

Na primeira intervenção cirúrgica, o médico retirou o tecido morto, tratou a infecção e drenou o pus decorrente da inflamação. No segundo procedimento, retirou a ponta do polegar, que havia necrosado. Já a terceira cirurgia foi realizada para reconstrução: de alta complexidade, o procedimento utilizou parte da pele do pé e houve a necessidade de fazer ligações de nervos e vasos sanguíneos. A quarta cirurgia foi realizada para melhorar o contorno do polegar.

Polegar de Marise necrosou e ela fez 4 procedimentos cirúgicos (Foto: arquivo pessoal)

Transmissões por meio das unhas

Problemas como o de Marise ocorrem devido à anatomia das unhas, o que faz com que elas sejam porta de entrada para bactérias, fungos e vírus. A contaminação pode ocorrer de pessoa para outra, principalmente, por meio do compartilhamento de objetos infectados, conforme detalha o médico Frederico Faleiro Ramos, cirurgião pela SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão).

“O uso do material não esterilizado permite que a bactéria, por exemplo, entre na parte do dedo, furando a barreira natural que a gente tem do eponíquio, que popularmente chamam de cutícula. A cutícula é uma pele que serve como uma barreira contra as bactérias. Quando a pessoa faz o procedimento de unha com material contaminado, há uma quebra dessa barreira, e as bactérias conseguem entrar na parte mais interna do dedo. Isso permite que a bactéria se alastre, causando infecção”, explica.

Embora geralmente as infecções nas unhas sejam tratadas de forma mais simples, sem intervenções invasivas, o especialista alerta que, em relação às bactérias, as contaminações podem evoluir para quadros críticos, resultando em amputação.

“As infecções, na grande maioria das vezes, não são graves. Porém, uma pequena parcela dos casos pode ter uma evolução muito trágica e grave, que seria até perda da ponta dos dedos ou dos dedos. Isso ocorre porque a infecção bacteriana pode necrosar e, eventualmente, alastrar-se”, relata.

Contaminação

Assim como afirma o médico especialista em cirurgia de mão, a podologista Liana Gonçalves — dona de uma clínica na região central de — reforça que as contaminações ocorrem pelo compartilhamento de objetos contaminados.

“Se o paciente utilizar um objeto contaminado, poderá contrair uma bactéria, um vírus ou fungos nas unhas. Mas isso não acontece somente por meio de alicates e espátulas compartilhados. Pode ser por lixas e por esmaltes, que também são fontes de contaminação. Além disso, existe o compartilhamento de calçados”, explica.

A profissional ressalta que a fragilidade da imunidade também contribui para a contaminação ocorrer. “Se a nossa imunidade está baixa, nosso organismo está indefeso. Então, se experimentamos um calçado usado por alguém que está com uma infecção fúngica, por exemplo, seremos contaminados. Se usamos alicate, lixa, ou até mesmo o esmalte de alguém infectado, seremos contaminados. Essas são umas das formas que você pode contrair a infecção fúngica na unha”, frisa.

Podologista Liana Gonçalves. (Foto: arquivo pessoal)

Como evitar as contaminações

Segundo a podologista, reforçar a imunidade pode ser uma grande defesa. Além disso, ela orienta cuidados com a alimentação.

“Para que você possa evitar uma contaminação nas unhas, primeiramente, precisa cuidar da imunidade e manter uma alimentação saudável. Isso porque os fungos gostam muito de açúcares. Tendo uma alimentação correta, saudável, consequentemente, a imunidade também vai se elevar”, observa.

Além de cuidados com a própria saúde, é necessário seguir algumas orientações ao fazer as unhas em espaços de beleza.

“É importante tomar bastante cuidado com os lugares em que se faz as unhas. É preciso se certificar de que os materiais estão esterilizados, se os profissionais estão trabalhando conforme as normas da vigilância sanitária, fazendo lavagem mecânica e química dos materiais e se descartam as lixas. Outra dica é não compartilhar esmaltes”, orienta.

Fora dos salões de beleza, a podologista também destaca a importância de não compartilhar meias e calçados. “Se for a uma loja para comprar calçado, procure o hábito de levar sua própria meia. Não use a meia que oferecem; dessa forma, você evitará uma possível contaminação fúngica”, esclarece.

Tratamento de unha com podologista. (Foto: reprodução, arquivo pessoal)

Tratamento

Se as recomendações chegaram tarde demais e você já está com infecção nas unhas, é importante procurar um profissional devidamente qualificado, conforme destaca o cirurgião Frederico Faleiro Ramos.

“De preferência que seja um podólogo, alguém que tenha especialização em podologia clínica, não desses que fazem um curso livre e não têm conhecimento necessário para tratar o problema, porque é preciso conhecer todo o sistema desse paciente, se ele tem alguma comorbidade; ou seja, é preciso fazer uma anamnese (histórico clínico) para iniciar o tratamento”.

“Muitos pacientes nos procuram já fazendo tratamento há anos e não conseguem ter um bom resultado, justamente por falta de conhecimento por parte do profissional. Não é algo simples. Não posso olhar somente para o pé ou para a unha. É preciso olhar esse paciente como um todo, para que eu consiga tratar. Cada paciente tem um sistema diferente, então, não vai ser o mesmo tratamento para todos. Eu preciso examinar, eu preciso avaliar o quadro clínico dele, para depois montar um plano de tratamento personalizado e individual”, frisa.

Alerta

De acordo com o Ministério da Saúde, ao decidir fazer as unhas em salão de beleza, é recomendado levar o próprio estojo de instrumentos para o procedimento, entre eles: alicates, lixas e esmaltes.

O órgão alerta que em casos de ferimentos como cortes, há uma alta probabilidade de se infectar com doenças como hepatite e , mesmo que sejam cortes pequenos. Por isso, é recomendado procurar atendimento médico imediato.

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