Pequenos produtores e comunidades tradicionais de Corumbá e Ladário, a 425 quilômetros de Campo Grande, traçam estratégias para minimizar os impactos das mudanças climáticas no Pantanal de Mato Grosso do Sul, como mostram os resultados preliminares da pesquisa “Mudanças Climáticas e Agricultura Familiar: Vulnerabilidade, Impactos e Estratégias de Resiliência”.
O monitoramento desenvolvido na PMP (Paisagem Modelo Pantanal), com apoio da EcoAgriculture Partners, busca entender como as mudanças climáticas têm afetado diretamente a agricultura familiar no Pantanal Sul. Coordenado por Luciana Vicente, pesquisadora e coordenadora da PMP, o projeto avalia a rotina de pantaneiros que enfrentam os frequentes eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor e chuvas irregulares.
Logo, esses fenômenos têm provocado perdas na produção agrícola, mortalidade animal, diminuição da produtividade de hortaliças e o abandono de cultivos historicamente viáveis, como milho e feijão. Segundo Vicente, a adoção de espécies nativas e o resgate de sementes crioulas também têm fortalecido a resiliência local, promovendo segurança alimentar e diversidade genética.
“Os resultados preliminares revelam um conjunto de estratégias adaptativas já em curso nas comunidades: uso de cisternas, sombrites, irrigação, criação de animais mais resistentes ao calor e, especialmente, o fortalecimento dos SAFs (Sistemas Agroflorestais) com irrigação movida a energia solar”, afirma Luciana.
A pesquisa combina métodos participativos e científicos, com entrevistas a agricultores familiares, análise temática e estatística dos dados, e cruzamento com projeções do IPCC para 2030, 2050 e 2070. Um dos focos é o cálculo do IVMC (Índice de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas) na região de estudo.

PMP
Conforme a organização não governamental Ecoa (Ecologia e Ação), a PMP é uma plataforma de governança que busca a integração de diferentes agentes para a resolução de problemas. A primeira Paisagem Modelo do Pantanal está localizada na borda oeste da planície. A iniciativa é apoiada pelo Serviço Florestal Canadense.
O biólogo e parte da equipe da PMP, Rafael Chiaravalloti explica que na região modelo estão presentes diferentes ecossistemas que variam de áreas inundáveis até campos de altitude.
Na região existem espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. Além disso, a extensão da Paisagem Modelo Pantanal é ocupada por diferentes atores que se relacionam com o ambiente de acordo com suas atividades econômicas. Como relata Rafael Chiaravalloti, na área há “comunidades tradicionais e mineradoras vivendo lado a lado”.
Portanto, André Nunes ressalta que “é importante frisar que nós temos populações tradicionais, que usam recursos naturais, até empresas que utilizam recursos naturais não renováveis, como é o caso da mineração que temos na região. Ou seja, é uma região com uma elevada sociobiodiversidade”.
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