Pátio terceirizado do Detran-MS coleciona reclamações sobre descaso com usuários

O pátio terceirizado do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) PMax Guincho e Armazenamento de Veículos, localizado nas proximidades do Mini Anel da Av. Gury Marques, em Campo Grande, coleciona reclamações em grupos de redes sociais sobre descaso com usuários. Ainda, denúncia direta chegou ao Jornal Midiamax, a respeito do tratamento com as pessoas que aguardam para retirar seus veículos do local.

Um leitor, que pediu anonimato, entrou em contato com a equipe de reportagem para fazer uma reclamação sobre o local. Com vídeos, ele denunciou o descaso dos funcionários com os usuários. “Eu tive minha moto apreendida e ela foi levada pra lá. Desde segunda-feira (6) eu tento tirar minha moto do local e não consigo. Dá 11h, eles fecham a unidade e quem está esperando, precisa ficar no sol, sem acesso à água, banheiro ou qualquer suporte de alimentação. E eles só voltam 13h, então, pela distância, fica complicado”, explicou ao Jornal Midiamax.

Ele seguiu contando o seu relato. “Quando dá 11h, o horário de almoço deles, eles tiram todo mundo da sala que tem o ar-condicionado. Quem pode ir pra casa, vai. Quem não pode, tem que ficar do lado de fora, no sol. Nem banheiro a gente pode usar. Tem que falar com uma pessoa, que pede autorização pra outra, e aí sim liberam a entrada no banheiro. É muita burocracia. Aí, quem tá esperando, precisa ficar aguardando o retorno do almoço pra ter a chance de ser atendido novamente”, reclamou.

Reclamações em redes sociais

No grupo “Aonde NÃO ir em Campo Grande”, ativo no Facebook desde o ano de 2013, diversos usuários publicaram suas reclamações sobre o local. A última publicação, feita em 3 de janeiro de 2025, traz a insatisfação de um rapaz com a conduta de agentes do Detran-MS que acabam encaminhando os veículos para o local.

“Criam situações para levar os veículos para os tais pátios para arrecadar mais e mais. Fica aqui minha indignação, principalmente sobre o pátio PMax, onde nos tratam com descaso. Tudo é supervalorizado por lá, não tem suporte algum. Fazem vistoria e nãoo dão documento algum sobre a tal vistoria, os veículos precisam ser ajustados no meio da terra, no sol quente, de qualquer jeito, onde a mão de obra tem que ser levada lá pra dentro. Uma simples troca de pneu fica 180 reais devido ao lugar ser afastado e de difícil acesso. Funcionários despreparados dão mais atenção aos seus celular do que ao trabalho a ser feito!”, publicou.

Um outro usuário, na mesma publicação, reclamou sobre as dificuldades para retirar o veículo do local. “Minha moto tá lá. Uma burocracia pra tirar. Inventam de tudo. Trocar pneu, luz do farol que não pode por ser de LED. Na blitz ninguém liga pra essa luz”, escreveu.

Ainda, uma usuária aproveitou a oportunidade para também reclamar sobre o serviço prestado pelo pátio PMax. “Minha moto foi pra lá. Não me deixaram tirar o pneu da minha moto para remendar por fora, ou seja, tive que pagar para o tal borracheiro lá de dentro pra remendar. Detalhe: ele não tira e nem coloca o pneu, e ainda tive que pagar R$ 80,00 por cada pneu. Aquilo ali é uma comédia, além deles dificultarem de tirar seus bens lá de dentro para ficar pagando o pátio por dia”, finalizou.

Após as inúmeras denúncias e contato com o pátio, equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi até o local durante a manhã desta quinta-feira (9), mas não encontrou ninguém do lado de fora, nem constatou irregularidades denunciadas anteriormente.

Posicionamento do pátio PMax

O Jornal Midiamax entrou em contato com o pátio para solicitar esclarecimentos sobre o caso na data de ontem (8/1). Eles encaminharam uma nota de esclarecimento:

“Agradecemos pelo contato e gostaríamos de esclarecer que, embora nossos funcionários façam uma pausa para o almoço, conforme exige a legislação trabalhista, essa pausa é de apenas uma hora. Durante esse intervalo, as pessoas que aguardam no pátio não são retiradas ou deixadas sem assistência.

Para garantir a organização e evitar que alguém fique sem atendimento até a pausa, as senhas são distribuídas até as 11 horas da manhã. Além disso, valorizamos o conforto e bem-estar de quem passa por aqui, disponibilizando café, bolo e bolachas para acolher a todos com empatia e respeito.

Nosso objetivo é sempre proporcionar um ambiente acolhedor e organizado para todos os presentes. Estamos à disposição para esclarecer quaisquer outras dúvidas ou fornecer mais informações, caso necessário.

Algumas pessoas optam por esperar fora das instalações por diferentes razões, como fumar (considerando que nosso pátio contém veículos e materiais inflamáveis), usar o telefone ou simplesmente preferir o espaço externo. Essas escolhas são pessoais e não estão relacionadas a restrições impostas pela nossa equipe.

Nosso compromisso é garantir um ambiente organizado, acolhedor, respeitando as preferências individuais e mantendo a segurança de todos, e dos veículos aqui armazenados.

Disponibilizamos acesso ao banheiro, água, café, bolo e bolachas para que todos se sintam confortáveis enquanto aguardam o atendimento.

As pessoas que já iniciaram o atendimento têm liberdade para aguardar onde preferirem, desde que respeitem as áreas de acesso exclusivo dos funcionários, por segurança. Algumas optam por esperar em seus veículos, enquanto outras permanecem na recepção, no guichê coberto ou na área externa.”

Detran-MS informou que responsabilidade é da empresa terceirizada

“Conforme a Portaria do Detran-MS “N” nº 143 de 16 de março de 2023 publicada no Diário Oficial Eletrônico nº 11.107 o Art. 67 – Na prestação dos serviços a credenciada/contratada bem como seus representantes legais, deverão:

XVIII – Atender aos usuários, no tocante à liberação dos veículos sob sua guarda, na sede do pátio, de segunda-feira a sexta-feira, pelo período de 08 (oito) horas diárias, facultado o intervalo para almoço;

Portanto, o contato com a empresa PMax é necessário para ver se há algo a ser modificado.

E reforçamos que as denúncias devem ser feitas pela Ouvidoria que é o canal oficial pelo site https://falabr.cgu.gov.br ou pelo e-mail ouvidoria@detran.ms.gov.br, além do telefone 67 3368-0500.”