Para driblar temperaturas extremas de Porto Murtinho, ponte Bioceânica tem gelo incorporado ao concreto

Estratégia garante correta hidratação e resistência da estrutura

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Ponte em Porto Murtinho (Divulgação)

Há dez dias, Porto Murtinho, cidade a 438,4 km de Campo Grande, se destaca como a mais quente do país. Como consequência das altas temperaturas na região, as obras da ponte da Rota Bioceânica, que ligará Mato Grosso do Sul ao Paraguai, por Carmelo Peralta, passaram por uma reestruturação.

Junto ao concreto, será incorporado gelo. As informações são do MOPC-PY (Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai).

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A novidade foi divulgada no último sábado, 11 de janeiro, quando o Ministério anunciou que a Ponte Bioceânica já ultrapassa 65% de progresso.

Conforme o MOPC-PY, a técnica de incorporar gelo ao concreto garante sua correta hidratação e resistência. Isso evita o endurecimento prematuro, garantindo a qualidade do material em cada etapa da construção e evitando rachaduras na estrutura.

Conforme ranking do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), das 10 cidades mais quentes do país, seis são do Mato Grosso do Sul. Porto Murtinho ficou em 1º lugar, com 41,6 °C. Já Aquidauana ficou em segundo lugar com 38,3 °C e Corumbá em 4° com 37,6 °C. Amambai, Nhumirim (Pantanal) e Juti integram o ranking das dez mais quentes do país, com temperaturas entre 36 °C e 37 °C.

Mapa Rota Bioceânica (Divulgação, GOV MS)

Rotas de Integração Sul-Americana

As rotas têm o duplo papel de incentivar e reforçar o comércio do Brasil com os países da América do Sul e reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e seus vizinhos e a Ásia.

São elas:

  • Rota 1: Ilha das Guianas (Roraima, Amazonas, Pará e Amapá — Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela)
  • Rota 2: Amazônica (Amazonas — Colômbia, Peru e Equador)
  • Rota 3: Quadrante Rondon (Acre, Rondônia e Mato Grosso — Peru, Bolívia e Chile)
  • Rota 4: Bioceânica de Capricórnio (Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina — Paraguai, Argentina e Chile)
  • Rota 5: Bioceânica do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul — Uruguai, Argentina e Chile)

190 obras

As 190 obras que fazem parte do projeto Rotas de Integração Sul-Americana foram selecionadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, com apoio da Casa Civil e dos ministérios dos Transportes, de Portos e Aeroportos (MPOR), de Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de Comunicações (MCom).

O grande pacote de integração conta com 65 rodovias federais, 40 hidrovias, 35 aeroportos, 21 portos, 15 infovias, nove ferrovias e cinco linhas de transmissão de energia elétrica. As obras contemplam desde investimentos diretos do Governo Federal até concessões ao setor privado.

“Juntos, esses caminhos permitirão avanços sociais inestimáveis à população brasileira e aos povos vizinhos de nossos continentes. São 190 obras de infraestrutura presentes no Novo PAC que possuem caráter de integração espalhadas nos 11 estados: rodovias, portos, aeroportos, infovias, ferrovias, hidrovias e linhas de transmissão de energia elétrica”, afirmou a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), na introdução do documento.

O Brasil tem fronteira terrestre com nove países da América do Sul: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, e com o Departamento da Guiana Francesa, numa extensão total de 16.886 quilômetros, envolvendo 11 unidades da federação e 588 municípios, cerca de 27% do território nacional.

O Relatório 2024 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana relata que em 2023, o Brasil exportou quase US$ 43 bilhões para os países da América do Sul e importou pouco mais de US$ 28 bilhões — correspondendo, respectivamente, a 12,6% e 11,7% do total comercializado pelo país no período. Do valor exportado, 46,5% correspondem aos produtos que saíram do Brasil por via rodoviária, principal modal de transporte no período.

Vale ressaltar que o objetivo é concluir o megaprojeto no primeiro trimestre de 2026.

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