Manicômios é como eram chamados os hospitais psiquiátricos até o final de 1980. Na prática, eram espaços onde pacientes com sintomas psiquiátricos ficavam confinados e submetidos a tratamentos cruéis. Desde o início da ‘luta antimanicomial’ o nome mudou, mas psicólogos denunciam que muitas práticas continuam as mesmas.
A luta antimanicomial surgiu na década de 70 e avançou muito, mas persiste na meta de que o tratamento mude por completo. “Hoje a gente ainda fala de manicômios por entender que tem instituições que usam outros nomes, mas funcionam da mesma forma lá dos anos 70, dos anos 60, de isolar, de violentar”, explica o presidente do CRP14/MS, Walkes Jacques Vargas.
Ele explica que mesmo chamados por hospitais psiquiátricos atualmente, existem atitudes manicomiais que implicam em isolar e amarrar pessoas, além de medicar ao máximo como forma de controle. Por isso, a categoria de psicologia luta por qualidade no tratamento e humanidade aos pacientes.

Ações de luta antimanicomial
Nesta sexta-feira (23), o CRP 14/MS realizou a III Caminhada da Luta Antimanicomial, em Campo Grande, como forma de chamar atenção para o assunto. O presidente do conselho, afirma que a luta é para que instituições conveniadas com o poder público sejam fiscalizadas e substituídas por serviços públicos.
“A gente entende que essas clínicas funcionam aí num vácuo, porque não existem unidades de acolhimento para pessoas em situação de rua, por exemplo, né?”, diz Walkes se referindo às instituições que recebem recurso público para fazer um papel que o próprio poder público deveria fazer.
E é justamente nessas clínicas que o problema acontece, que as atitudes manicomiais continuam existindo, de certa forma com o aval do poder público. Apesar de encabeçar a luta, o CRP apenas fiscaliza a atuação do profissional de psicologia e toma atitudes caso encontre irregularidades.
Trancar não é cuidar

A praça Ary Coelho, no coração de Campo Grande, foi escolhida para sediar a ação de hoje, justamente por reunir muitos públicos. Representante do Fórum Sul-mato-grossense da Luta Antimanicomial, Gabriel Pinheiro Barata de Macedo, explica que o local foi escolhido por isso.
“Nesse momento, a gente consegue dialogar, de fato, com a população e falar para essas pessoas que existem outras formas de cuidar da pessoa em sofrimento”, conta ele, que atua para conscientizar sobre as situações que envolvem o tema.
“Obviamente, a gente tem princípios baseados na construção, então a gente busca a dignidade da pessoa humana, a gente busca sempre falar, dialogar com a população sobre essas causas que são tão relevantes para a sociedade e para o Estado”, afirma.
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