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Cotidiano

Padrasto denuncia homofobia após colegas de escola debocharem de adolescente em grupo de WhatsApp

Adolescente virou alvo de deboche de duas colegas em uma escola da rede estadual de Educação
Aline Machado, Lethycia Anjos -
Ofensas começaram em escola da Rede Estadual e Educação (Foto: ilustrativa, Marcos Ermínio, arquivo Midiamax)

Padrasto de um adolescente de 17 anos procurou a Delegacia de Polícia Civil nesta quinta-feira (10) para registrar um caso de homofobia e contra o jovem em uma escola no interior de Mato Grosso do Sul. Segundo os relatos, o enteado virou alvo de deboche de duas colegas de escola. Uma das meninas criou um grupo no WhatsApp e enviou áudios ofendendo a vítima.

Na denúncia enviada ao Midiamax, o padrasto conta que as ofensas começaram no ambiente escolar. Depois, passaram a ocorrer em um grupo de WhatsApp, onde estão outros 30 adolescentes, todos de uma escola da Rede Estadual de Educação.

Áudios aos quais a reportagem teve acesso revelam a menina desferindo palavras de baixo calão, enquanto ela se refere ao adolescente. Na conversa, um dos colegas defende o menino, mas também recebe insultos da garota.

Assim, ela ainda compara a vítima com a personagem de uma rede social, que ficou famosa após comer um chocotone recheado de fezes.

Caso de homofobia é levado à direção da escola

O padrasto do adolescente afirma que entrou em contato com a direção da escola, mas a escola afirmou que não ter acesso aos grupo de WhatsApp e que “não tinha muito o que pudesse fazer”.

“A diretora disse que não tinha acesso ao grupo e não tinha muito o que fazer em relação a isso. Acho que a escola tem que chamar os responsáveis, mas não só das que fizeram isso com ele. Todos os alunos da sala que participaram desse grupo e incitaram o racismo e homofobia”, sugere.

A reportagem entrou em contato com a SED (Secretaria de Estado de Educação) e foi informada de que “a direção da unidade, conforme previsto no Regimento Escolar, seguiu o protocolo da Rede Estadual de Ensino, com orientações quanto aos procedimentos para as providências cabíveis e devido apoio”.

Em nota, a SED também afirma que “com o objetivo de prevenir situações de brigas e/ou agressões no ambiente escolar, disponibiliza um conjunto de orientações, manuais e ações específicas sobre procedimentos e encaminhamentos”.

Na tarde desta quinta-feira (10), o padrasto foi até a Delegacia de Polícia Civil da cidade — que fica a mais de 250 quilômetros de —, mas não conseguiu concluir o boletim de ocorrência.

Adolescente morto após reagir à homofobia

Na segunda-feira (7), o adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, morreu após espancado no bairro Gilberto Mestrinho, em (AM). O garoto teria sofrido as agressões na madruga do último sábado (5). A suspeita é de que o crime aconteceu após o garoto reagir a ofensas homofóbicas.

O adolescente sofreu traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral. O MDHC (Ministério dos e da Cidadania), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, lamentou a morte de Fernando.

Em nota, o órgão ressaltou que crimes de LGBTQIAfobia estão equiparados ao racismo pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Onde pedir ajuda 

Pessoas LGBTQIAPN+ que sofrerem discriminação ou violência podem registrar um boletim de ocorrência em qualquer delegacia de polícia. Também é possível buscar apoio na Defensoria Pública, com advogados, ou em organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos Direitos Humanos.

Há ainda instituições especializadas para acolher esse público, como o CADH (Centro de Atendimento em Direitos Humanos), a Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIAPN+ e a 67ª Promotoria de Justiça de Campo Grande.

A vítima pode reunir provas como áudios, prints de conversas, vídeos, fotos, publicações em redes sociais, testemunhos e qualquer outro material que ajude a mostrar a situação de discriminação ou violência.

Além do boletim de ocorrência, também é possível denunciar pelo Disque 100 (Direitos Humanos), pelo Ministério Público, Defensoria Pública ou pelos órgãos citados acima.

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