Pular para o conteúdo
Cotidiano

Operação flagra pacientes dopados e fecha comunidades terapêuticas em MS

Três pessoas foram conduzidas para a delegacia de Dourados
Aline Machado -
Unidade terapêutica fiscalizada durante ação (Foto: Guilherme Henri, Defensoria Pública)

Operação coordenada pela Defensoria Pública de fechou duas unidades terapêuticas que atendem dependentes químicos em – a 225 quilômetros de Campo Grande – e em – a 237 quilômetros distante da Capital. Três pessoas foram conduzidas para uma delegacia durante as fiscalizações.

Os núcleos temáticos de Atenção à Saúde e de organizaram as ações que contaram com apoio de equipes de Vigilância Sanitária Estadual, Vigilância Sanitária Municipal, Ministério Público Federal, Conselho Regional de e Delegacia do Consumidor.

Assim, as equipes fiscalizaram cinco comunidades terapêuticas em Fátima do Sul. Então, interditaram duas por irregularidades severas e ainda fecharam uma por receber adolescente – por meio de determinação judicial -, prática que é proibida, conforme legislação.

“As comunidades terapêuticas devem receber apenas adultos, de forma voluntária. O local interditado não possuía estrutura adequada para adolescentes e, além disso, misturava adultos e adolescentes, o que é absolutamente proibido”, explica a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos, Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante.

Pacientes dopados

Outra unidade interditada em Fátima do Sul abrigava 22 homens, todos em regime de internação compulsória, o que também é proibido. No local, foram constatadas diversas irregularidades, como ausência de alvará sanitário, falta de vistoria dos bombeiros, alimentação inadequada e até superdosagem de medicamentos em alguns pacientes.

“Encontramos três pessoas claramente dopadas sem qualquer acompanhamento médico. Não havia suporte de vida, e a medicação era administrada sem controle adequado”, relata a coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde, Eni Maria Sezerino Diniz.

Segundo Eni, a operação faz parte de um monitoramento contínuo iniciado há dois anos a fim de garantir atendimento adequado às pessoas em situação de vulnerabilidade.

“Nosso objetivo é evitar que essas pessoas sejam exploradas e garantir que recebam o tratamento correto. Há locais que se apresentam como clínicas especializadas, mas não têm nenhuma estrutura médica para atender os pacientes, o que configura uma grave violação de direitos humanos”, destaca.

Três conduzidos para a delegacia

Já em Dourados, a fiscalização encontrou uma comunidade terapêutica administrada pelo mesmo responsável por uma unidade fechada em 2023 em Campo Grande.

O local apresentava problemas graves, como alimentação deficiente, quartos sem portas e até câmeras de vigilância com áudio nos dormitórios, o que fere a privacidade dos acolhidos.

Um paciente com tuberculose também foi encontrado circulando entre os internos, sem qualquer medida de proteção contra contágio da doença. Devido a essa situação, três pessoas foram conduzidas para a delegacia e um Termo Circunstanciado de Ocorrência foi registrado.

Três homens foram conduzidos para a Delegacia de Polícia Civil em Dourados (Foto Guilherme Henri, Defensoria Pública)

Apreensões de cigarros em comunidade terapêutica

Na última quinta-feira (13), a Policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) da Polícia Civil encontraram cigarros do Paraguai e remédios vencidos em uma comunidade terapêutica, também em Dourados.

Ao chegarem à comunidade, as equipes da Decon, juntamente com a Defensoria Pública Estadual e MPF (Ministério Público Federal), encontraram cigarros do Paraguai, remédios vencidos e um paciente diagnosticado com tuberculose.

O paciente estava no meio dos assistidos e tinha apenas sua cama distanciada dos demais, segundo o boletim de ocorrência.

Equipes da Decon, Defensoria Pública Estadual e MPF fiscalizaram os contratos de atendimento psicológico. Então, identificaram que não havia nome e registro de profissional na comunidade.

Diante dos fatos, os agentes apreenderam cópia dos contratos, bem como o documento que comprova a doença do paciente.

Na ocasião, o Jornal Midiamax acionou a comunidade terapêutica citada na reportagem e o advogado de defesa, Jose Gatti de Araújo, informou em nota que os fatos não condizem com a realidade.

Confira a nota na íntegra:

“Sobre os fatos imputados a Centro Terapêutico Reconstruir, a defesa técnica através desta assessoria jurídica informa que ira aguardar a conclusão das investigações, e que os fatos imputados de longe não condizem com a realidade e serão provados em momento oportuno, por hora a comunidade informa que esta colaborando com as investigações e que apresentou toda documentação solicitada pelas autoridades policiais.”

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados