A partir desta sexta-feira (1°), o percentual de etanol na gasolina sobe de 27% para 30%. Em Campo Grande, o combustível com nova composição ainda não chegou aos postos, mas a expectativa é que o preço não tenha variação para os consumidores. A mudança deve beneficiar Mato Grosso do Sul, porque o Estado é produtor de etanol de cana-de-açúcar e milho.
O Governo Federal autorizou a adição de 3% a mais de álcool na gasolina depois de oito anos sem alterações na composição. Apesar de ser mais sustentável, a mistura conhecida como E30 pode causar queda na autonomia dos veículos. “Estamos avisando os clientes que vai mudar, até para não acharem que é uma questão do posto”, afirma Carlos Henrique, gerente do posto Gueno, na Capital.
Mesmo preço
Representante do Sinpetro – MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, explica que a mudança será imperceptível ao consumidor final. Isto acontece porque o etanol misturado à gasolina, chamado de anidro, é diferente do etanol hidratado, o comum, vendido diretamente ao consumidor.
“O preço não se alterou porque o anidro (30%) é mais caro que a gasolina, portanto não houve alteração de preços pelas distribuidoras”, explica Edson Lazarotto. Para se ter uma ideia, desde junho as refinarias da Petrobras vendem a gasolina por R$ 2,85 e o preço médio do anidro é de R$ 3,22, conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
O Jornal Midiamax percorreu postos de combustíveis nesta sexta-feira (1°) e, mesmo com a mudança marcada para hoje, os responsáveis afirmam que o estoque de combustível com a nova composição ainda não chegou e que não há previsão de mudança no preço em Campo Grande. Já entre os clientes ouvidos pela reportagem, ninguém sabia da mudança.
Queda na autonomia
Professor de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Anhanguera, o engenheiro Genovan Marlos Oro explica que com a gasolina tendo 30% de álcool podem ocorrer duas situações, uma é o carro reconhecer como gasolina ou só como etanol. “Apenas testes em laboratório podem mostrar como o veículo vai reagir à alteração”, destaca.
Porém, é certo afirmar que deve haver aumento no consumo de combustível e consequente redução na autonomia, isso devido à própria composição do etanol. A gasolina aditivada, considerada premium, mantém o padrão de 25% de etanol, o que potencializa a autonomia do veículo.
“Pode sim perder um pouco de autonomia, porque acaba elevando a taxa de etanol e de água, prejudicando a explosão. Teoricamente o sistema se adaptaria a nova mistura para manter uma linearidade no consumo, mas é bom a realização de testes para uma opinião conclusiva”, destaca o engenheiro.
Gasolina não compensa
Para os carros que podem ser abastecidos com etanol ou gasolina, atualmente vale mais a pena utilizar etanol em Campo Grande. O Jornal Midiamax percorreu postos de combustíveis da Capital nesta sexta-feira (1°). Em média, o etanol custa R$ 3,66 e a gasolina comum, R$ 5,70, considerando preços à vista.
O cálculo utilizado para descobrir o que compensa mais se baseia na divisão do valor do litro do álcool pelo da gasolina comum. Quando o resultado é menor que 0,7, a recomendação é abastecer com etanol. Se maior, a recomendação é escolher a gasolina.
Neste caso, considerando a média de preço dos dois combustíveis, o resultado da divisão é 0,64. Portanto, é mais vantajoso abastecer com álcool na cidade de Campo Grande.
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