Mais de 190 mil alunos da REE (Rede Estadual de Ensino) voltam às aulas nesta terça-feira (5) para o segundo semestre. Em Campo Grande, são 45 mil estudantes matriculados em escolas estaduais. Na E.E. (Escola Estadual) Lúcia Martins Coelho, no Jardim dos Estados, alunos que vêm de longe chegaram cedo, mesmo com o clima chuvoso e frio da Capital nesta manhã.
Alguns jovens do Ensino Médio chegaram para o primeiro dia antes da abertura dos portões. “Eu venho cedo porque tenho que pegar ônibus e minha mãe não gosta que eu atrase”, conta Yasmin Vieira, de 15 anos. Ela mora no Jardim Noroeste e cursa o 1° ano. “As escolas de lá não são tão boas assim, essa aqui é melhor. Tenho esforço, não ligo de acordar cedo”.
Mesmo dedicada, a aluna confessa que preferia mais alguns dias de folga. “Ainda mais nesse tempinho, queria mais férias. Teve muito tempo para ficar nesse clima, mas foi só no finalzinho”. Aluna do 2° ano do Ensino Médio, Maria Eduarda Paris, de 15 anos, está otimista para o segundo semestre, mas também preferia descansar mais alguns dias. “Voltar das férias é ruim às vezes, estava bom dormir até tarde”, conta rindo.

A doméstica Cris Costa, de 63 anos, levou a neta Laryne, de 15 anos, para o primeiro dia de aula na escola. “A gente mora no Caiobá, ela pediu transferência por causa dos amigos que estudam aqui. É bem longe, a gente tem que pegar dois ônibus, eu acho que ficou contramão, mas ela quis vir”, relata a avó. A adolescente está no 2° ano do Ensino Médio.
Final de ciclo
A volta às aulas do segundo semestre também marca a aproximação do fim do ano. A partir de agora, os estudantes intensificam a rotina de preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e outros vestibulares. Mato Grosso do Sul tem 57 mil candidatos inscritos no Enem.
Para Fátima Brasil, consultora de projetos de 43 anos, o dia teve um gostinho especial. “É a reta final da minha filha, que está no 3° ano. O coração fica apertado porque ela vai sentir falta dessa fase, mas nós criamos os filhos para deixar eles voarem com tranquilidade”, explica.
A mãe esperou a entrada da filha para o último primeiro dia. “O acesso é prático e ninguém faz fila dupla, todo mundo respeita”. Além disso, equipe da Polícia Militar acompanhou a chegada dos estudantes na E.E. Lúcia Martins Coelho, que é de tempo integral e tem cerca de 350 alunos.
Outra estudante na preparação para as próximas fases é Maria Eduarda Paris, que quer seguir carreira na área das Ciências Humanas. “Vou fazer o Enem e faço o Passe (Programa de Avaliação Seriada Seletiva) da UFMS (Universidade Federal de MS) também, estou fazendo cursinho para me preparar. Estou pensando como vai ser, o que eu vou fazer, é uma preocupação”
Celular proibido nas aulas
Desde o início do ano, o uso de celular passou a ser proibido em escolas públicas e privadas de todo o Brasil. No entanto, a ferramenta pode ser solicitada por professores para a realização de atividades pedagógicas. “É importante para a gente aprender, eles deixam usar para pesquisas. Tem gente que tem menos foco, então até que foi bom retirar os celulares”, opina o estudante do 1° ano, Ricardo Rodrigues, de 17 anos.
Entre as famílias, a medida é vista com bons olhos. “Meu filho trazia antes, mas se adaptou bem”, explica a funcionária pública Lilian Maria Ferreira, que deixava o filho de 16 anos na escola. “Ele gosta muito de ping-pong, então fica bem entretido durante o intervalo. Acho que precisa ter atividades para integrar os jogos, melhor que ficar cada um no seu celular”.
Já os estudantes estranharam o tempo longe das telas. “É um pouco complicado, mas a gente consegue usar para pesquisas e o foco nas aulas fica maior”, diz Maria Eduarda Paris. No entanto, também há aqueles que desrespeitam a proibição. “Depende, se o professor ver ele vai brigar. Mas, se ele não ver fica tudo normal”, confessa Brunno Eduardo, de 15 anos, que cursa o 1° ano do Ensino Médio.
Fátima Brasil, que foi levar a filha de 16 anos, observa os dois lados da medida. “Eles estranham bastante, porque são uma geração muito conectada. Porém, nós que somos pais vimos como muito positivo. Sem o celular, eles ficam presentes 100%, acaba forçando o adolescente a interagir mais. Eu, pessoalmente, apoio”.

Ano letivo 2025
O ano letivo de 2025 termina no dia 22 de dezembro. O recesso escolar do meio do ano começou no dia 17 de julho, conforme o calendário divulgado pela SED (Secretaria Estadual de Educação).
Os exames finais estão previstos para o período entre 15 e 18 de dezembro. Depois, em 19 de dezembro começa o período de Conselho de Classe Final nas 350 unidades escolares da rede estadual, nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Na Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande, as aulas voltaram nesta segunda-feira (4).
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