Trabalhadores, de jovens a mais experientes, se uniram no início da noite desta quinta-feira (10) no Centro de Campo Grande para um ato sob o tema “Congresso Inimigo do Povo”, que aconteceu em várias capitais do país.
Organizada por movimentos sociais, a mobilização teve como foco temas como a taxação dos super-ricos e o fim da jornada 6×1, que estipula jornada de trabalho de seis dias contra apenas um dia de descanso.
Os manifestantes também se uniram em gritos contra a família Bolsonaro, às sanções econômicas anunciadas pelo presidente Trump, dos Estados Unidos, e ao Congresso Nacional brasileiro, especialmente à decisão de aumentar o número de deputados.
“É uma questão de sobrevivência, de vida. Esse ato é importante para isso”, define a Técnica de Enfermagem Kensy Palácio. “Está na hora dos cidadãos, das cidadãs brasileiras, terem um pouco de tempo para viver, pra estudar, pra conquistar e curtir suas famílias. É uma questão de qualidade de vida mesmo porque está tudo interligado”, pontua.
Taxação dos super-ricos
Para o deputado estadual Pedro Kemp (PT), o ato serve para chamar a atenção da população para os temas. “Penso que o povo brasileiro precisa se manifestar nesse momento crucial da nossa história. Todo mundo fala que a carga tributária é pesada, e é mesmo para os assalariados, para a classe média. Agora, os mais ricos, os super ricos, proporcionalmente não pagam imposto no Brasil”, afirma Kemp.
“E fica uma situação em que você cria uma sociedade muito desigual. Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, mas tem a sua maioria da população que vive em condições precárias ainda”, completa.
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O protesto em Campo Grande começou por volta das 18h na entrada da Praça Ary Coelho, que fica na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho.
Manifestantes

A participante Samanta Terena, com convicção e sem “papas na língua”, compartilhou sua motivação de participar do ato: “eu sou uma mulher trans, travesti e, antes de tudo, eu sou indígena. Então estou aqui para dizer que nós não somos capacho de ninguém. O Brasil é soberano, o Brasil é indígena, e estamos aqui juntando nossas forças com as demais lideranças para falar que o Brasil é nosso”.
Representando a Frente de Evangélicos Pelo Respeito ao Estado de Direito de Mato Grosso do Sul, Cristina Herradon disse ao Midiamax que se unir ao ato é reforçar pautas cristãs, entre elas, a não exploração das pessoas, o amor ao próximo e a justiça social.
“O movimento nasceu em 2016 a partir de parlamentares evangélicos que se juntaram para denunciar o golpe contra Dilma e para dizer que o reino de Deus é para as pessoas que mais necessitam, além de denunciar pastores que, por interesse econômico, manipulam o povo”, explica.
“Assim, nós somos um grupo que discute, além de questões espirituais, também se insere nas questões políticas, por isso não podíamos deixar de estar aqui”, finaliza Cristina. A frente atualmente conta com a participação de membro de quatro denominações diferentes.
Briga do IOF
O Governo Federal adotou a narrativa de que o Congresso Nacional legisla a favor dos super-ricos depois que os parlamentares derrubaram às pressas o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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O presidente Lula (PT) decidiu levar o assunto ao STF (Superior Tribunal Federal) depois que o Congresso Nacional teria desrespeitado o combinado e votou de “supetão” o projeto que prevê o aumento do imposto.
A decisão acirra a disputa de narrativas entre Governo e Congresso Nacional. O presidente defende a medida como ajuste tributário para que os ricos paguem mais, enquanto o Parlamento vê o reajuste como aumento de imposto.

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